Mercado de suínos segue em alta com exportações recordes

O mercado de suínos vive um momento de otimismo e bons resultados

Mercado de suínos segue em alta com exportações recordes
Ilustrativa

epois do período de quase seis semanas de calmaria, o mercado de suinocultura no Brasil voltou a mostrar força. Tanto os preços do suíno vivo, negociado diretamente na granja, quanto da carne no atacado registraram uma reação positiva nos últimos dias, trazendo um novo ânimo para os produtores.

Esse movimento, segundo especialistas, é impulsionado por dois grandes motores que operam em sintonia: o aquecimento da demanda interna e um desempenho extraordinário nas exportações, que continuam a quebrar recordes. O cenário atual desenha um horizonte promissor para a cadeia produtiva de suínos, consolidando o Brasil como um protagonista cada vez mais relevante no fornecimento global de proteína de alta qualidade.

A retomada dos preços no mercado interno

A recente valorização nos preços dos suínos não aconteceu por acaso. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a principal influência veio do tradicional aumento do consumo no início do mês. Com o pagamento de salários, as famílias brasileiras tendem a aumentar o poder de compra, o que se reflete diretamente na procura por carnes, incluindo a suína, que é versátil e acessível. Essa reação é um alívio para o suinocultor, que vinha lidando com valores estagnados e margens apertadas devido aos altos custos de produção.

Embora as exportações chamem a atenção pelos volumes expressivos, o mercado doméstico continua sendo o principal destino da produção brasileira de suínos. Por isso, a saúde do consumo interno é fundamental para a estabilidade do setor. A recuperação dos preços internos ajuda a equilibrar as contas do produtor, permitindo que ele cubra os custos com alimentação do rebanho, principalmente milho e farelo de soja, e ainda obtenha uma margem de lucro para reinvestir na atividade. Esse fôlego é crucial para manter a produção em alta e garantir o abastecimento contínuo tanto para os consumidores brasileiros quanto para o mercado internacional.

Exportações de carne suína atingem patamares históricos

O desempenho do Brasil no mercado externo tem sido simplesmente impressionante. O setor de suínos está vivenciando um período de vendas internacionais robustas, consolidando um ano de resultados históricos. A intensificação dos embarques para mercados estratégicos como Japão e México tem sido um fator chave para esse sucesso. Esses países, conhecidos por seus elevados padrões de exigência, têm ampliado a confiança na qualidade e na segurança do produto brasileiro, abrindo portas para volumes cada vez maiores.

De acordo com dados da Secex, em outubro, foram embarcadas 142,7 mil toneladas de carne suína, volume 5% abaixo do recorde de setembro/25 (de 150 mil toneladas), mas 10% acima do de outubro/24.

No acumulado do ano, os números são ainda mais significativos. De janeiro a outubro de 2025, o Brasil já exportou mais de 1,25 milhão de toneladas de carne suína. Este volume não apenas representa um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior, como também estabelece um novo recorde para os dez primeiros meses do ano. Essa performance exportadora robusta ajuda a enxugar a oferta interna, contribuindo para a sustentação dos preços pagos ao produtor e demonstrando a força competitiva da suinocultura nacional no cenário global.

O que faz do Brasil uma potência na exportação de suínos?

Diversos fatores explicam por que o Brasil se tornou um fornecedor tão confiável e competitivo de carne suína para o mundo. Um dos principais diferenciais é o nosso status sanitário. O país permanece livre de doenças de grande impacto que afetam rebanhos em outras partes do globo, como a Peste Suína Africana (PSA). Essa condição privilegiada, fruto de um trabalho contínuo de vigilância e prevenção do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e dos produtores, é uma garantia de segurança para os países importadores.

Além da sanidade, a eficiência produtiva brasileira é notável. O investimento em tecnologia, genética e manejo permite que nossos produtores alcancem altos índices de produtividade a custos competitivos. Instituições como a Embrapa Suínos e Aves desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de soluções inovadoras que garantem a qualidade e a sustentabilidade da nossa produção. A rastreabilidade da cadeia produtiva, que permite acompanhar o produto desde a granja até a mesa do consumidor, também agrega valor e fortalece a confiança dos mercados internacionais.

Gestão e planejamento para o suinocultor

O cenário positivo, com preços em recuperação e exportações em alta, é animador, mas também exige atenção e planejamento por parte do produtor de suínos. O mercado de commodities agrícolas é dinâmico e suscetível a oscilações, principalmente nos custos dos insumos. A gestão eficiente da propriedade é o que garante a sustentabilidade do negócio a longo prazo, permitindo aproveitar as fases de alta e se proteger nos momentos de baixa. Para navegar neste ambiente, o suinocultor precisa estar focado em otimizar seus processos e monitorar o mercado de perto.

Algumas práticas são essenciais para quem está na linha de frente da produção:

  • Monitorar constantemente os custos de grãos, como milho e soja, planejando as compras de ração de forma estratégica;
  • Investir em genética de ponta e em um manejo nutricional preciso para melhorar a conversão alimentar, ou seja, produzir mais carne com menos alimento;
  • Manter a biosseguridade da granja em nível máximo para proteger o rebanho de doenças, garantindo a saúde dos animais e a qualidade do produto final;
  • Acompanhar as tendências de mercado, tanto no Brasil quanto no exterior, para tomar as melhores decisões de venda e aproveitar as janelas de oportunidade.

O momento atual do mercado de suínos é resultado da força combinada do consumo interno e das exportações recordes. Essa sinergia cria um ambiente favorável para toda a cadeia produtiva, desde o produtor na granja até a indústria e o consumidor final. Embora os desafios, como a volatilidade dos custos de produção, continuem presentes, a resiliência, a qualidade e o status sanitário do setor colocam o Brasil em uma posição de destaque. A suinocultura brasileira demonstra, mais uma vez, sua capacidade de crescer e de abastecer o mundo com uma proteína segura e competitiva. Clique aqui e acompanhe o mercado suíno.

AGRONEWS