Ponte de R$ 172 milhões reconecta Tocantins e Maranhão um ano após tragédia
Obra na BR-226 restabelece corredor logístico estratégico após o desabamento que matou 14 pessoas e deixou três desaparecidas
Um dos principais corredores rodoviários do Norte/Nordeste brasileiro voltou a ser restabelecido nesta segunda-feira (22), com a inauguração da nova ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, ligando as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA).
A entrega marca exatamente um ano após o desabamento da antiga ponte, que causou uma das maiores tragédias de infraestrutura rodoviária recente no país, com a morte de 14 pessoas. Outras três seguem desaparecidas.
A reconstrução da ponte, que custou R$ 171,97 milhões ao Governo Federal, foi considerada prioridade estratégica pelos governos federal, estadual e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), devido à importância da travessia para o transporte de cargas e pessoas entre os dois estados e para a mobilidade socioeconômica da região.
A nova ponte
A nova Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, com 630 metros de extensão e 19 metros de largura, foi construída com duas faixas de rolamento, acostamentos e barreiras de proteção, projetada para suportar o fluxo intenso de veículos pesados e leves, além de integrar passeios para pedestres e sistemas de segurança mais robustos.
Durante o tempo em que o trecho ficou inoperante, a travessia do Rio Tocantins foi feita por meio de balsas, o que provocou, nas palavras de empresários locais, um “caos logístico” e impacto econômico expressivo na região.
Moradores e gestores privados reclamaram das longas filas, atrasos nas entregas e aumento de custos para o transporte de mercadorias, que afetaram o comércio local, a circulação de insumos agrícolas e o escoamento de produção, especialmente em um trecho que integra importantes rotas de fluxo entre o Cerrado e mercados consumidores do Nordeste.

O que aconteceu
A antiga estrutura, construída na década de 1960, sofreu um colapso repentino em 22 de dezembro de 2024, enquanto veículos trafegavam sobre o Rio Tocantins, resultando em 14 mortes confirmadas e três desaparecidos, segundo a Marinha do Brasil.
O desabamento também levantou questões estruturais importantes: um laudo da Polícia Federal divulgado em 2025 apontou que reformas mal executadas e falta de manutenção foram fatores que contribuíram para a queda da antiga ponte, que já estava defasada para o fluxo e peso atual de veículos, especialmente cargas pesadas.
A nova ponte é vista como um marco para a segurança da infraestrutura rodoviária na região, entregue com promessa de reduzir os custos logísticos envolvidos no escoamento da produção agrícola e industrial entre os dois estados e para além deles.
Além disso, a conclusão da obra, ainda que executada em razão de uma tragédia, representa um reforço na integração da malha logística regional e na competitividade dos corredores de exportação, especialmente para produtos que trafegam pelo Norte e Nordeste, e pode incentivar investimentos em infraestrutura complementar, como rodovias e sistemas de apoio logístico, ajudando a consolidar o desenvolvimento econômico local após um ano de desafios e adaptações.








Comentários (0)
Comentários do Facebook