Agroindústria cresce 0,8% em outubro e zera perdas no acumulado de 2025
Alta foi puxada por Produtos Alimentícios e Bebidas, enquanto segmento de Não Alimentícios segue em queda, segundo dados do FGVAgro
Linha de produção da agroindústria de alimentos; setor puxou a alta registrada em outubro, segundo o FGVAgro.
A produção agroindustrial brasileira registrou alta de 0,8% em outubro de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), divulgado pelo FGVAgro.
O resultado mensal foi suficiente para zerar as perdas acumuladas no ano, levando a variação entre janeiro e outubro a 0,0%.
Com esse desempenho, o cenário-base segue sendo de leve crescimento da agroindústria em 2025, ainda que muito próximo da estabilidade, refletindo trajetórias distintas entre os segmentos que compõem o setor.
Alimentícios puxam alta em outubro
O avanço registrado em outubro foi sustentado pelo segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas, que cresceu 4,3% em relação ao mesmo mês de 2024.
O resultado decorreu de uma expansão generalizada dos Produtos Alimentícios, que avançaram 5,3%, compensando a retração observada no setor de Bebidas (-1,0%).
No caso das Bebidas, o FGVAgro destaca que a queda não está relacionada aos casos de intoxicação por metanol, uma vez que o setor já apresentava retração antes desses episódios, inclusive em ritmo mais intenso.
Dentro do segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas, o desempenho foi disseminado:
Alimentos de Origem Animal cresceram 6,5%, impulsionados sobretudo pela maior produção de carne bovina, com contribuições adicionais das carnes suína e de aves, além de laticínios e pescados.
Alimentos de Origem Vegetal avançaram 3,5%, refletindo maiores produções de arroz, trigo e, especialmente, conservas e sucos. A expansão só não foi mais forte devido às quedas nas produções de óleos e gorduras, açúcar e café.
Já o setor de Bebidas recuou 1,0%, com retração tanto nas Bebidas Alcoólicas (-1,3%) quanto nas Não Alcoólicas (-0,7%), em linha com uma tendência negativa que já vinha sendo observada ao longo do ano.
Não alimentícios seguem em queda
Em sentido oposto, o segmento de Produtos Não Alimentícios apresentou contração de 3,1% em outubro, na comparação interanual. O desempenho só não foi mais negativo devido ao crescimento do setor de Insumos Agropecuários, que avançou 2,3%, refletindo a melhora da relação de troca entre alguns fertilizantes e produtos da segunda safra e das culturas de inverno.

Todos os demais setores desse segmento registraram retrações no mês:
Biocombustíveis: -14,8%, impactados principalmente pela combinação de menor produtividade e qualidade da cana-de-açúcar e pela redução da moagem em relação ao ano anterior.
Fumo: -2,9%, marcando a primeira contração interanual desde abril de 2025.
Produtos Florestais: -2,4%, com queda na produção de celulose e madeira, apesar da expansão na produção de papel.
Produtos Têxteis: -0,2%, influenciados por uma base de comparação elevada, já que o setor havia crescido 11,2% em outubro de 2024.
Acumulado do ano indica estabilidade
Entre janeiro e outubro de 2025, a agroindústria acumulou variação de 0,0% frente ao mesmo período de 2024, resultado que zerou as perdas do ano.
Esse equilíbrio foi possível graças ao desempenho positivo do segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas, que acumula alta de 0,5%, enquanto o segmento de Produtos Não Alimentícios ainda registra queda de 0,5% no período.
No acumulado do ano, estão em campo positivo os setores de Alimentos de Origem Animal (+2,5%), Insumos Agropecuários (+12,7%), Produtos Têxteis (+2,7%) e Fumo (+9,1%). Já Alimentos de Origem Vegetal (-1,3%), Bebidas (-2,4%), Produtos Florestais (-0,9%) e Biocombustíveis (-20,5%) seguem acumulando retrações em 2025.
Desafio para o fim do ano
Com os resultados até outubro, o FGVAgro avalia que o cenário-base continua sendo de leve crescimento da agroindústria em 2025, embora muito próximo da estabilidade.
O segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas já zerou as perdas do ano e tende a permanecer em terreno positivo nos dois últimos meses.
Já o segmento de Produtos Não Alimentícios ainda enfrenta um desafio maior: para fechar 2025 ao menos estável, será necessário um crescimento de 2,9% no último bimestre, na comparação com o mesmo período de 2024 — um movimento considerado pouco trivial, já que o segmento acumula quedas interanuais consecutivas desde junho.








Comentários (0)
Comentários do Facebook