Entidades do agro lançam manifesto e cobram plano nacional de logística no Brasil
Abrapa, Ampa e Aprosoja pedem rodovias seguras, ferrovias integradas, hidrovias navegáveis, portos modernos e armazenagem robusta
Documento fala que país perde competitividade na hora de exportar por causa de estradas precárias, pontes frágeis, atraso na expansão ferroviária e portos lentos e burocráticos. (Foto - Divulgação)
A conclusão do 1º Fórum de Geopolítica e Logística do Agro, em Brasília, resultou no lançamento do Manifesto pela Logística do Agro Brasileiro, divulgado nesta sexta-feira (19).
O texto é assinado por Gustavo Viganó Piccoli, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa); Mauricio Buffon, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil); e Orcival Gouveia Guimarães, presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).
O documento afirma que o Brasil já provou sua força em ciência, tecnologia e produtividade, mas perde competitividade na hora de exportar por causa de estradas precárias, pontes frágeis, atraso na expansão ferroviária e portos lentos e burocráticos.
“É urgente um plano nacional para modernizar nossas rodovias, evitando caminhões atolados em estradas precárias ou pontes de madeira que se desfazem a cada inverno. O transporte sobre trilhos precisa deixar de ser promessa e se tornar alternativa real, com uma malha ferroviária conectada, integrada e capaz de oferecer solução de ponta a ponta”, diz o documento.
A falta de armazéns obriga produtores a vender rapidamente e com menor valor agregado, enquanto o déficit de energia desestabiliza agroindústrias e sistemas de irrigação.

Custo Brasil e disputa desigual
“Hoje, nossos produtos levam mais tempo e custam mais para chegar aos compradores finais. Esse cenário, agravado pelo chamado ‘Custo Brasil’ e por uma Selic considerada desproporcional, cria uma disputa desigual com concorrentes internacionais que contam com logística moderna e infraestrutura mais robusta”, afirma o manifesto.
O que o manifesto defende
As entidades pedem um plano nacional que priorize rodovias seguras, ferrovias integradas, hidrovias navegáveis, portos modernos e sistemas de armazenagem mais robustos, para que a logística “deixe de ser obstáculo e passe a ser a chave que abre portas de competitividade e desenvolvimento”.
“O diagnóstico é claro: não há mais espaço para adiar investimentos estruturantes na logística nacional.”
Soberania e urgência
O manifesto ressalta que investir em logística não é apenas facilitar a vida do produtor. É garantir soberania alimentar, geração de emprego, renda e o futuro do país.
A mensagem final é de urgência e coordenação entre produtores, reguladores, financiadores, gestores públicos e sociedade: “O futuro não espera. O Brasil também não pode esperar”.








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