Brasil e Reino Unido firmam acordo para avançar em fertilizantes sustentáveis
Parceria prevê cooperação científica, inovação em nutrição de plantas e metas de redução de emissões
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) concluiu, entre os dias 8 e 12 de setembro, uma missão oficial ao Reino Unido que resultou na assinatura de um memorando de entendimento para promover a produção e o uso sustentável de fertilizantes.
O documento foi firmado pelo secretário-executivo adjunto, Cleber Soares, e pelo secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Marcel Moreira, e marca um novo passo na cooperação científica entre os dois países.
O acordo estabelece iniciativas conjuntas em pesquisa, inovação e troca de boas práticas voltadas à gestão do nitrogênio, à redução de emissões de gases de efeito estufa e à proteção dos solos.
O entendimento também prepara Brasil e Reino Unido para apresentar resultados durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro deste ano.
O memorando foi firmado no contexto da criação do Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP), lançado em 2025 dentro do Plano Nacional de Fertilizantes.
O objetivo do CEFENP é estimular pesquisa, inovação e a troca de conhecimentos em nutrição de plantas, conectando instituições nacionais e internacionais para fortalecer a segurança alimentar e o uso sustentável de insumos agrícolas.
Temas sanitários em debate
Durante encontro com o Department for Environment, Food and Rural Affairs (DEFRA), também foram discutidos temas ligados à regionalização para influenza aviária, à habilitação de ovos, lácteos e pescado, além do reconhecimento do Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação.
O governo britânico demonstrou disposição em acelerar a análise de dossiês sanitários, enquanto a delegação brasileira destacou a robustez de seus controles e defendeu que a aquicultura seja avaliada separadamente da pesca extrativa.

Agenda acadêmica e tecnológica
A missão incluiu compromissos acadêmicos e científicos. Na Universidade de Oxford, a delegação apresentou propostas ligadas ao CEFENP e debateu tecnologias de nutrição de plantas, como a produção de amônia verde e processos bioquímicos para ampliar a eficiência no uso de nutrientes.
Já no Rothamsted Research, um dos mais antigos centros de pesquisa agrícola do mundo, os representantes conheceram campos experimentais ativos desde 1843 e arquivos históricos de solo e plantas, reforçando a relevância de parcerias de longo prazo.
Comércio agropecuário em expansão
O Reino Unido figura entre os principais parceiros comerciais do Brasil na Europa. Em 2024, as importações britânicas de produtos agropecuários brasileiros somaram US$ 1,8 bilhão, com destaque para carnes, produtos florestais, soja e café.
No mesmo ano, oito novos produtos brasileiros foram habilitados para o mercado britânico: feno processado, polpa cítrica desidratada, farelo de mandioca, erva-mate processada, flor seca de cravo-da-índia, fibra de coco, Dry Distillers Grains (DDG) de milho e fruto seco de macadâmia.







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