Tarifaço: Brasil e EUA voltam à mesa de negociações; café pede pausa temporária
Reunião entre Mauro Vieira e Marco Rubio deve ocorrer durante o G7, no Canadá
O próximo encontro entre representantes do Brasil e Estados Unidos para tratar do tarifaço americano aos produtos brasileiros deverá ocorrer na próxima semana, durante reunião do G7, no Canadá.
A mais nova rodada de negociações entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, pode representar o ponto de virada do embargo americano.
A expectativa é que, além de Vieira e Rubio, o Brasil comece a envolver outras autoridades, como o Fernando Haddad (ministro da Fazenda) e Geraldo Alckmin (vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), na mesa de negociações, a fim de ampliar as conversas.
A reunião dá continuidade ao diálogo iniciado após o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado no fim de outubro, na Malásia, quando o assunto dominou a pauta.
O presidente Lula também disse que aguarda, para o final da COP30, algum avanço nas tratativas. Caso contrário, ligará diretamente para Trump na tentativa de superar eventuais entraves.
Segundo o Itamaraty, o principal foco serão questões comerciais e tarifárias bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Ou seja, questões extraeconômicas, como Venezuela e sanções a autoridades brasileiras, não deverão ser discutidas neste momento.
Café amargo
O setor cafeeiro nacional tem especial interesse na agenda e já vem se mobilizando para negociar uma trégua temporária de 90 dias nas medidas de represália.

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) deve se reunir, nesta sexta-feira (7), com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, em Brasília, na esperança de avançar nos debates sobre as tarifas.
No setor, essa pauta é urgente: segundo dados recentes, as exportações brasileiras de café para os EUA caíram 53% em setembro comparado ao mesmo mês de 2024.
Diante desse cenário, a cadeia produtiva cafeeira do Brasil propõe ao governo dos Estados Unidos uma trégua de 90 dias para negociação de melhor acesso e revisão tarifária.
E o Agro?
Para o Brasil, esse encontro representa uma oportunidade de fortalecer a agenda comercial e de exportações, em especial para o agronegócio, que viu setores estratégicos, como café, carne, frutas, pescado, cacau e madeira, por exemplo, prejudicados com a medida.








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