Boi gordo: exportações de Mato Grosso crescem, mas índice de atratividade recua com alta no preço

Recuo no índice de atratividade revela pressão dos custos internos, mesmo com valorização da carne mato-grossense nos principais mercados internacionais

Boi gordo: exportações de Mato Grosso crescem, mas índice de atratividade recua com alta no preço
Ilustrativa

Recuo no índice de atratividade revela pressão dos custos internos, mesmo com valorização da carne mato-grossense nos principais mercados internacionais

O desempenho das exportações de carne bovina de Mato Grosso entre janeiro e setembro de 2025 confirma a força do estado como protagonista do comércio global da proteína animal. Contudo, o indicador de atratividade — métrica que avalia quantas arrobas de boi gordo podem ser adquiridas com o valor obtido pela exportação de uma tonelada de carne — apresentou retração significativa no período. A média ficou em 80,27 arrobas por tonelada exportada, queda de 11,85% em relação ao mesmo intervalo de 2024, refletindo o impacto da alta dos custos internos e a valorização do boi gordo no mercado interno.

O resultado aponta que, embora as exportações tenham mantido um ritmo sólido e os preços internacionais estejam em alta, o ganho real do exportador se estreitou, tornando o cenário mais desafiador para a indústria frigorífica local.

China amplia domínio nas compras e impulsiona valorização do produto brasileiro, enquanto União Europeia mantém liderança nos preços pagos pela carne premium

O mercado asiático continuou sendo o grande destino da carne mato-grossense, com a China absorvendo 54,30% dos embarques totais no acumulado do ano. O gigante asiático não apenas manteve sua relevância como ampliou o valor pago pelo produto: o preço médio da tonelada exportada para o país avançou 28,74% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento reforça a consolidação da carne bovina brasileira como item de prestígio no mercado chinês, especialmente nos canais de varejo e food service voltados ao público de maior poder aquisitivo.

Já a União Europeia, embora detenha um volume menor de importações, manteve sua posição como o bloco que paga os valores mais elevados pela carne de Mato Grosso. O preço médio subiu 16,80%, resultando em um índice de atratividade de 117,9 arrobas por tonelada, o mais alto entre os principais destinos e indicativo de que o mercado europeu segue priorizando cortes premium e produtos certificados, o que agrega valor à pauta exportadora do estado.

Exportações crescem em volume e preço, consolidando Mato Grosso como potência global da carne bovina, mesmo em meio à volatilidade de margens

Apesar do recuo no índice de atratividade, o cenário geral das exportações de Mato Grosso é de crescimento e valorização. O aumento simultâneo do volume embarcado e do preço médio da carne demonstra a forte competitividade do produto mato-grossense no mercado internacional. O estado continua liderando as exportações brasileiras do setor, sustentado por uma cadeia produtiva moderna, eficiente e cada vez mais alinhada às exigências de qualidade e rastreabilidade dos compradores globais.

O desempenho também reflete o avanço tecnológico nas fazendas, o investimento em bem-estar animal e a eficiência logística, que reduzem custos e ampliam o alcance comercial. Assim, mesmo diante de oscilações no câmbio e na arroba do boi gordo, Mato Grosso reafirma seu papel estratégico como referência mundial em carne bovina de alta qualidade — um produto que carrega não apenas sabor e tradição, mas também o peso da economia do campo brasileiro no cenário global.

Mercado Financeiro

  • Carcaça do boi: no atacado, a carcaça do boi apresentou alta de 1,75% na semana passada, sendo cotada em média a R$ 21,80/kg, resultado da maior demanda do mercado externo;
  • @ do boi gordo: devido à menor oferta de fêmeas, a arroba do boi gordo foi cotada em média a R$ 300,74/@ na semana passada, acréscimo de 1,62% no comparativo semanal;
  • Escalas de abate: as escalas de abate na semana passada ficaram na média de 14,48 dias úteis, aumento de 3,13% entre as semanas, resultado da menor oferta de animais terminados no estado.

AGRONEWS