Verão terá muita chuva e calor em boa parte do país, projeta Inmet
Nova estação começa oficialmente em 21 de dezembro e segue até 20 de março de 2026, com previsão de até 1.100 mm de volume acumulado de água em algumas regiões
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou a previsão climática para o verão de 2025/2026, que começa oficialmente em 21 de dezembro de 2025 às 12h03 e segue até 20 de março de 2026.
A expectativa é de elevação das temperaturas, alta frequência de chuvas e variações rápidas nas condições do tempo, características típicas da estação em todo o Hemisfério Sul e com implicações diretas para atividades do agronegócio, geração de energia e disponibilidade hídrica.
Segundo o Inmet, a estação deve ser marcada por chuvas frequentes em praticamente todo o Brasil, com volumes médios acumulados superiores a 400 mm na maior parte do território.
As precipitações (qualquer fenômeno que envolva a queda de água do estado gasoso para o estado líquido ou sólido) tendem a ser mais intensas nas Regiões Norte e Centro-Oeste, onde totais entre 700 mm e 1.100 mm são previstos ao longo do trimestre, reforçando a importância da estação para a recarga hídrica dos solos e reservatórios.
A exceção fica por conta de áreas como o extremo sul do Rio Grande do Sul, o nordeste de Roraima e o leste do Nordeste, que historicamente recebem volumes menores, próximos ou abaixo de 400 mm.
As chuvas estão associadas à atuação de sistemas meteorológicos próprios do verão:
No Sudeste e Centro-Oeste, a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) favorece a formação de bandas de instabilidade e precipitação durante todo o verão;
No Norte e Nordeste, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal fator de chuva, sobretudo no primeiro trimestre da estação.
Calor
Além das chuvas, a estação tende a apresentar temperaturas acima da média histórica em várias regiões, sobretudo no Centro-Oeste, resultado do aumento da radiação solar típico do verão e do maior aquecimento das camadas inferiores da atmosfera.

A combinação de calor e umidade elevada contribui para a formação de instabilidades, o que pode resultar não só em chuva, mas também em episódios de ventos fortes, queda de granizo e descargas elétricas.
Essa variabilidade exige atenção especial dos produtores rurais, principalmente em áreas de cultivo que estão em fases críticas de desenvolvimento ou que demandam manejos finos de água e defensivos agrícolas.
Como o verão influencia o agro
O período de verão é crucial para o planejamento agrícola e pecuário no Brasil:
Cultivos de verão (soja, milho e algodão): Chuvas regulares favorecem a germinação e desenvolvimento vegetativo, mas também exige monitoramento constante de excesso de água e compactação do solo, que podem prejudicar produtividade se não forem manejados.
Temperaturas acima da média: A elevada evapotranspiração pode aumentar a demanda por água em áreas irrigadas e pressionar estoques hídricos em regiões mais secas ou com chuvas abaixo da média histórica.
Geração de energia hidrelétrica: Os volumes pluviométricos esperados são fundamentais para a recarga de reservatórios, sustentando a produção de energia renovável em um país ainda dependente de hidrelétricas.
Eventos extremos: Como as condições de chuva também favorecem episódios isolados de clima severo, produtores precisam estar preparados para eventos intensos, que podem afetar lavouras, infraestrutura e logística no campo.
Modelos climáticos internacionais indicam que o fenômeno Enso (Oscilação Sul) deve permanecer mais próximo da neutralidade durante grande parte de 2025/2026, com baixa probabilidade de um La Niña persistente ou forte El Niño no início da estação, cenário que influencia diretamente a distribuição e intensidade das chuvas, ainda que com maior tendência à neutralidade do sistema oceano-atmosfera.








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