Pela 1ª vez na história, Brasil supera os EUA na produção de carne bovina, com 12,3 milhões de t em 2025

Relatório estimativo do USDA indica produção norte-americana de 11,814 milhões de t – ou seja, 530 milhões de toneladas abaixo do total estimado para a oferta brasileira

Pela 1ª vez na história, Brasil supera os EUA na produção de carne bovina, com 12,3 milhões de t em 2025
Ilustrativa

Pela primeira vez na história, o Brasil, que é o maior exportador mundial de carne bovina, também passará a liderar o ranking de produção global da proteína, superando os Estados Unidos, tradicionalmente o maior produtor.

Tal conjuntura vale para 2025, e foi apontada pelo recente relatório de oferta e demanda divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). 

Os números indicam uma produção brasileira anual recorde de carne bovina, de 12,350 milhões de toneladas equivalente-carcaça (tec), enquanto a oferta dos EUA está estimada em  11,814 milhões de toneladas — ou seja, uma diferença acima de 530 milhões de toneladas.

Pelos dados do USDA, a produção brasileira deste ano vai crescer 4,2% sobre o resultado de 2024, de 11,850 milhões de toneladas.

Por sua vez, a produção de carne bovina dos EUA vai recuar 3,9% em relação ao volume computado no ano passado, de 12,291 milhões de toneladas.

A queda na produção norte-americana é resultado de um longo período de liquidação do rebanho, motivado por problemas de seca severa e elevação nos preços dos nutrientes fornecidos em cocho. Estima-se que o rebanho atual dos EUA é o menor desde a década de 1970. 

Duelo mais “apertado” em 2026 

Para 2026, o USDA prevê um “empate técnico” entre os dois países, com o Brasil produzindo um volume abaixo do estimado para este ano, de 11,700 milhões de toneladas, enquanto a oferta norte-americana está projetada em 11,712 milhões de toneladas.

A menor oferta brasileira prevista para 2026 (queda anual de 5,2%, de acordo com os dados do USDA) reflete o iminente processo de retenção de fêmeas ocasionado pela virada do ciclo pecuário de preços – para a fase de alta.

Em seu relatório, o USDA diz: “O abate (brasileiro) de fêmeas deverá diminuir, à medida que os produtores retêm as vacas, sinalizando uma mudança no ciclo do gado”.

Produção global da proteína deve recuar em 2026

A produção global de carne bovina deverá cair 1% em 2026, para 61,032 milhões de toneladas equivalente-carcaça, com declínios na Austrália, Brasil, China, União Europeia e Estados Unidos, detalha o relatório do USDA, que prevê aumento de oferta na Índia, México, Nova Zelândia e Uruguai. 

Exportações também em queda no próximo ano

Prevê-se que as exportações globais de carne bovina diminuam 1% em 2026, para 13,5 milhões de toneladas, devido à queda nos embarques da Austrália, Brasil e Estados Unidos, que compensará o aumento das remessas da Argentina, Índia, México e Nova Zelândia.

Produção, exportações e importações dos EUA em 2026

A produção de carne bovina dos EUA deverá diminuir 1% no próximo ano, devido à disponibilidade restrita de novilhos e novilhas para confinamento, agravada pelas restrições à importação de gado do México (por causa de problemas sanitários), prevê o USDA. 

As exportações norte-americanas da proteína deverão sofrer queda de 4% em 2026, para 1,1 milhão de toneladas, devido à oferta interna restrita, à forte concorrência da Austrália e à falta de acesso ao mercado chinês.

O declínio na produção, particularmente de carne magra para processamento, como resultado da redução do abate de vacas e touros, juntamente com a redução das tarifas em mercados-chave – como Austrália e Brasil –  estimulará o crescimento das importações norte-americanas de carne bovina, de acordo com projeções do departamento.

Prevê-se que as importações aumentem 2% em 2026, para 2,5 milhões de toneladas, na comparação com 2025.