Histórico: Bolsa bate 150 mil pontos e empresas do agro devem se beneficiar
Atual janela, com bolsa aquecida e dólar em tendência de queda, pode gerar valorização da empresa no mercado e ampliar possibilidade de liquidez
O Ibovespa atingiu nesta segunda-feira (3) o patamar histórico de 150.454 pontos, com valorização de 0,61% no pregão.
Esse marco está para além do que um recorde nacional: reflete expectativas do mercado sobre juros, câmbio e ganhos corporativos, e traz implicações diretas para empresas ligadas ao agronegócio listadas em bolsa.
Para essas companhias, a atual janela representa a valorização da empresa e, por consequência, maior possibilidade de liquidez.
Funciona assim: se o ambiente de bolsa está em alta, ações tendem a se beneficiar, principalmente aquelas emitidas por empresas de bom desempenho, governança clara e exposição ao mercado externo, impulsionando o valor de marca no mercado.
Surfando em marés de credibilidade e entrada de capital novo, é mais fácil captar linhas de crédito para novos investimentos ou expansões, mesmo com uma taxa Selic a 15% ao ano (maior percentual praticado pelo Banco Central desde julho de 2006).
Num ambiente mais otimista, com o fortalecimento de capital externo no mercado brasileiro, como o de agora, fica mais fácil também a emissão de ofertas de ações no chamado mercado secundário, outra fonte importante para financiamento de projetos.
Para empresas do agro com capital aberto na B3 e com receita em dólar ou que exportam, isso pode significar uma oportunidade como não se via há tempos: câmbio mais favorável e com tendencia de valorização do real frente ao dólar americano, demanda global por ativos descontados (como os da bolsa brasileira) e visibilidade.
Visibilidade
O recorde da bolsa brasileira vem sendo repercutido em diversos veículos de comunicação da área econômica mundo afora. Isso produz um efeito psicológico para o mercado: ultrapassar um ponto chave atrai atenção, reforça otimismo e pode encorajar a manutenção do fluxo externo no mercado brasileiro.

Para o agro em especial, que depende de cenário externo (commodities, câmbio, demanda global), esse tipo de recorde sinaliza que o mercado está precificando um cenário mais otimista, ainda que com cautela redobrada, devido à agenda fiscal emperrada em Brasília.
No horizonte, a expectativa é de dólar mais baixo (que ajuda a arrefecer a inflação por aqui), aumento de fluxo de exportações e possivelmente juros mais estáveis ou em aguardada sinalização de queda.
Para empresas do agro, o risco climático, tarifas internacionais, como o tarifaço americano, custos logísticos e câmbio ainda são variáveis críticas.
O que observar no agro
Ações de empresas como aquelas exportadoras de grãos, carne, produtos agrícolas com capital aberto, como JBS S.A., BRF S.A. ou aquelas ligadas à produção de insumos agrícolas tendem a se beneficiar com esse ambiente de bolsa quente e dólar andando de lado, acomodado na casa dos R$ 5,35.
Quem opera insumos agrícolas, logística ou exportação pode alavancar esse momento de mercado para anunciar investimentos, fusões ou iniciativas que chamem atenção de investidores.
O momento é oportuno para divulgação de resultados, boas práticas de governança e sustentabilidade, atributos cada vez mais valorizados por investidores internacionais.








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