Portos brasileiros batem recorde de carga, confirmando ajuste de rotas após tarifaço dos EUA
A movimentação portuária do Brasil em agosto, o primeiro mês completo após a entrada em vigor da tarifa adicional imposta pelo governo dos Estados Unidos, não apenas resistiu, mas superou os números de 2024.
A movimentação portuária do Brasil em agosto, o primeiro mês completo após a entrada em vigor da tarifa adicional imposta pelo governo dos Estados Unidos, não apenas resistiu, mas superou os números de 2024. Segundo o Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a movimentação portuária de agosto foi 7,8% superior à registrada no mesmo período do ano passado.
A carga transportada entre janeiro e agosto também atingiu um volume recorde, somando 914,8 milhões de toneladas, um crescimento de 2,8% em relação a 2024.
Os dados da Antaq confirmam uma rápida alteração de rotas comerciais em resposta às restrições americanas, mostrando que o país soube se ajustar ao tarifaço. As exportações totais cresceram 3,2% em agosto, impulsionadas pelo crescimento acentuado em mercados alternativos:
- Índia: volume 348% maior
- México: volume 97% maior
- Argentina: volume 50% maior
- China: volume 12% maior (maior parceiro comercial)
Em contrapartida, houve uma queda de 17% no volume exportado para os Estados Unidos.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, celebrou os resultados. “O recorde na movimentação de carga nos portos do país, aliado ao aumento da exportação de produtos, reforça o interesse do Brasil frente a outros mercados internacionais. Nós estamos trabalhando para expandir ainda mais o volume de carga no modal aquaviário, pois isso se reflete no aumento de emprego e da renda do povo brasileiro”, destacou.
Destaques e tipos de carga
O crescimento em agosto foi maior nos terminais privados (11%), mas o porto público que mais se destacou foi Itajaí, em Santa Catarina, que registrou uma alta notável de 412% no mês, em decorrência da retomada de suas atividades pelo Governo Federal. No acumulado de 2025, Itajaí já dobrou a movimentação de todo o ano passado, chegando a 2,5 milhões de toneladas.
Houve recorde no transporte de longo curso (exportação e importação), de cabotagem (entre portos brasileiros) e também no transporte interior (entre portos fluviais).
Por tipo de carga, o destaque foi o granel líquido, que cresceu 25% em agosto. Somente em petróleo e derivados, foram movimentadas 22,5 milhões de toneladas, um aumento de 33,4% em relação a agosto de 2024.
O relatório também apontou crescimento na exportação de minério de ferro (11,3%) e de milho (3,4%) no mês.








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