Suspeito de golpe de R$ 20 milhões, dono da Cerealista Fruet é preso no Paraná
Ele é acusado de receber grãos, vender a empresa e deixar produtores sem nenhum pagamento
O empresário Celso Antônio Fruet, proprietário da Cerealista Fruet, localizada em Campo Bonito (PR), foi preso na manhã desta sexta-feira (14), na cidade de Francisco Beltrão (PR).
O empresário é alvo de denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) por ser suspeito de aplicar um golpe contra mais de 120 produtores rurais, deixando um prejuízo estimado em mais de R$ 20,3 milhões.
Desde julho, havia um mandado de prisão em aberto e o empresário estava foragido.
De acordo com a denúncia, Fruet continuou negociando com agricultores mesmo após ter vendido, em junho deste ano, a estrutura operacional da cerealista para a cooperativa Copacol.
Ele recebia grãos de soja, trigo e milho, mas não repassava os valores devidos aos produtores. Relatos afirmam que os agricultores foram atraídos pela oferta de preços acima da média do mercado para cada saca.
A investigação revela que, em 21 de julho, vários produtores encontraram os silos da cerealista completamente vazios, sem grãos, funcionários ou equipamentos.
Para a delegada responsável, Raiza Bedim, Fruet usava a estratégia de pagar “R$ 4 ou R$5 a mais por saca” para conquistar a confiança dos agricultores.

Consequências legais
O MPPR denunciou Fruet por 124 ocorrências de estelionato, sendo que 38 envolvem vítimas idosas.
Além disso, a promotoria solicitou indenização mínima para reparação dos danos causados.
De acordo com a denúncia, mesmo após a venda da empresa, ele continuava armazenando e comercializando os grãos como se ainda fosse o proprietário, sem liquidar os débitos com os produtores.
Outro lado
A Cerealista Fruet afirmou por meio de sua assessoria que enfrenta uma “grave crise financeira” devido a fatores conjunturais: oscilações nos preços das commodities, taxas de financiamento elevadas e concentração atípica de pedidos de armazenamento de grãos.
Segundo a defesa, problemas de saúde também teriam afastado Fruet das operações da empresa, contribuindo para a deterioração da situação financeira.
A Copacol, cooperativa que comprou os imóveis e equipamentos da cerealista, afirmou que a aquisição contemplou apenas os bens físicos, sem assumir as dívidas com os produtores rurais.
Para os agricultores lesados, o caso representa um golpe de confiança. Muitos entregaram sua produção para estocagem confiando no nome da empresa, que já atuava por décadas na região.
A operação salienta riscos de concentração de armazenagem agrícola em empresas privadas sem garantias concretas para os produtores.








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