Ciclone mata três em Santa Catarina e tornado provoca destruição no Sul do Brasil
Carro foi arrastado por enxurrada em Palhoça; chuvas intensas, ventos acima de 100 quilômetros por hora e ressaca mantêm a Região Sul em alerta
O governo de Santa Catarina confirmou a morte de um casal e de um bebê de cinco meses após o carro da família ser arrastado por uma enxurrada, nesta segunda-feira (8), no município de Palhoça.
As vítimas foram atingidas pelos efeitos do ciclone extratropical que atua desde ontem nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A situação segue em estado de atenção na região, com alertas ativos nos dois estados.
“Recebi com enorme tristeza a notícia da morte de um casal e de um bebê em Palhoça. Minha solidariedade aos familiares e à comunidade. As forças de segurança já estão atuando nos locais de risco. Mas reforço o pedido: evitem áreas alagadas ou com sinais de desmoronamento e só saiam de casa em caso de extrema necessidade”, declarou o governador Jorginho Mello.
Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, a chuva seguiu persistente ao longo do dia, especialmente no litoral do estado, com acumulados elevados em cidades da Grande Florianópolis. No município de Santo Amaro da Imperatriz, a precipitação ultrapassou 146 milímetros em seis horas.
Em Palhoça, o volume chegou a 130 milímetros, enquanto Biguaçu registrou 111 milímetros e Florianópolis acumulou quase 90 milímetros. O esperado para todo o mês de dezembro na região é de cerca de 130 milímetros.
No oeste do estado, os temporais ocorreram de forma isolada, mas houve registro de alagamentos e destelhamentos, inclusive em rodovias.
No Rio Grande do Sul, o município mais atingido foi Flores da Cunha, onde um tornado causou danos em telhados e edificações. Segundo o governo estadual, a Defesa Civil local realizou a entrega de lonas para as residências atingidas e também disponibilizou geradores de energia, antena de internet via satélite, motobomba e viaturas. A estimativa é de que os ventos tenham ultrapassado os 100 quilômetros por hora.
Ciclone se desloca para o oceano
A expectativa é de que o ciclone se desloque nas próximas horas para o oceano, mantendo influência sobre a região costeira.
Há previsão de vendavais acima de 100 quilômetros por hora e volumes de chuva que podem se aproximar de 100 milímetros por dia na costa do Rio Grande do Sul, com intensidade um pouco menor no litoral de Santa Catarina. O mar deve seguir agitado, com ressaca até quinta-feira, quando o sistema atinge o alto-mar.
As Defesas Civis dos estados recomendam evitar deslocamentos durante as tempestades, manter distância de árvores, placas, muros, postes de energia e janelas expostas ao vento.
Também orientam a não travessia de ruas alagadas, pontes ou passagens submersas, além de atenção redobrada em áreas de encosta, taludes rodoviários e regiões mapeadas como áreas de risco. Atividades de navegação, pesca, esportes náuticos, passeios na orla e banho de mar devem ser evitadas enquanto persistirem as condições adversas.
Nesta quarta-feira o ciclone já deve estar em alto-mar, porém ainda muito próximo da costa de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Com isso, a condição para chuva diminui, mas o risco de vento forte aumenta. São esperadas rajadas entre 60 e 80 quilômetros por hora do Meio-Oeste ao Litoral, podendo se aproximar dos 100 quilômetros por hora nas áreas serranas próximas ao mar.
A agitação marítima também aumenta entre quarta e quinta-feira, com risco de ressaca. As ondas devem variar em torno de dois metros no Litoral Norte e no Baixo Vale do Itajaí, entre dois e três metros na região da Grande Florianópolis e entre três e quatro metros no Litoral Sul, com picos ainda maiores em alto-mar.
Previsão do tempo para as regiões do país
Nesta quarta-feira, 10 de dezembro, o ciclone extratropical segue influenciando fortemente o clima em diversas regiões do país, provocando chuvas de diferentes intensidades, temporais localizados, ventos fortes e variações de temperatura.
Na Região Sudeste, segundo a Climatempo, as instabilidades atuam desde cedo no estado de São Paulo e no sul e oeste de Minas Gerais.

Com a chegada de uma nova frente fria associada ao ciclone, a chuva ganha força e ocorre de moderada a forte em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e no norte, leste, litoral e nordeste paulista.
Há risco de temporais no sul de Minas Gerais, no interior do Rio de Janeiro, na Zona da Mata mineira, na região Central e no nordeste mineiro.
As temperaturas sobem na maior parte da região, exceto no sul de Minas Gerais, onde permanecem amenas. Os ventos seguem fortes no centro-sul mineiro, em grande parte do Rio de Janeiro e no sul, leste e litoral paulista, com rajadas de até 90 quilômetros por hora.
No estado de São Paulo, esta terça-feira, dia 10, é marcada por grande concentração de nebulosidade, o que contribui para a queda das temperaturas e sensação térmica mais amena.
Ao longo do dia, há ocorrência de chuva persistente, por vezes forte, com risco de raios e rajadas de vento em todo o território paulista, especialmente na Baixada Santista, na Capital e na Região Metropolitana. Na Capital, as temperaturas variam entre 20 e 23 graus. Em Bauru, a mínima é de 21 graus e a máxima chega a 25 graus.
Região Centro-Oeste
As instabilidades diminuem em Mato Grosso do Sul, mas ainda há pancadas moderadas a fortes no norte, nordeste e noroeste do estado. Em Mato Grosso e em Goiás, as pancadas seguem desde cedo com intensidade moderada a forte, e à tarde há chance de temporais no nordeste goiano e na faixa norte mato-grossense.
As temperaturas ficam mais amenas à tarde em Goiás, enquanto nas demais áreas voltam a subir. No leste e sul de Mato Grosso do Sul e no sul e sudeste de Goiás, as rajadas podem chegar a 70 quilômetros por hora.
Região Nordeste
Pancadas moderadas a fortes atingem a metade sul do Maranhão, o oeste da Bahia e o sul do Piauí, com risco de temporais isolados.
No interior maranhense e na faixa litorânea do Maranhão, do Piauí e do Ceará, as chuvas são fracas.
No restante da região, o tempo fica firme, o calor predomina e a umidade pode ficar abaixo dos 20 por cento em áreas do interior, especialmente no leste do Piauí, no Ceará, no oeste do Rio Grande do Norte, na Paraíba e em Pernambuco.
Região Norte
As pancadas seguem espalhadas pelo Amazonas e pelo Acre. Em Rondônia, no sul do Pará e no Tocantins, as instabilidades são moderadas a fortes, com risco de temporais.
Em Roraima, a chuva diminui e o tempo fica mais firme, assim como no norte do Pará. No Amapá, há chance de chuva fraca no norte do estado, e as temperaturas seguem elevadas em toda a região.








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