Os consumidores tem se preocupado mais com o uso da água no setor lácteo
Produtores de leite estão sob os holofotes quando se trata do uso da água, com consumidores querendo mais transparência do que nunca.
Produtores de leite estão sob os holofotes quando se trata do uso da água, com consumidores querendo mais transparência do que nunca.
Para os produtores, gerenciar esse recurso vital significa equilibrar as necessidades de produção com sustentabilidade e expectativas regulatórias.
Tara Vander Dussen sabe bem disso. A ex-consultora ambiental e atual coapresentadora do podcast “Discover AG” passou grande parte de sua carreira ajudando fazendas a lidar com regulamentações hídricas e desafios de sustentabilidade. Ela também enfrentou essas pressões pessoalmente em sua própria fazenda de leite no Novo México. “A água é literalmente nosso recurso limitante”, ela diz. “As conversas sobre o futuro do setor lácteo giram em torno de como acessamos, usamos e conservamos a água.”
Em um episódio do “The Dairy Podcast Show”, Vander Dussen discutiu por que monitorar e gerenciar a água é essencial para as fazendas leiteiras, observando que compartilhar essas práticas com os consumidores ajuda a construir confiança.
Monitorar e reduzir o uso de água
Melhorar a sustentabilidade começa com entender exatamente quanto de água uma fazenda usa. Monitorar fornece uma visão mais clara das ineficiências, ajudando os produtores a tomarem decisões mais inteligentes.
“O primeiro passo para melhorar o gerenciamento da água é conhecer seus números”, diz Vander Dussen. “Por meio do processo de licenciamento da fazenda, você pode descobrir quantos litros por vaca por dia você realmente usa. Essa linha de base ajuda a ver para onde a água está indo e onde ela pode estar sendo desperdiçada.”
Sem esses dados, pequenos vazamentos, excesso de uso ou equipamentos ineficientes podem passar despercebidos, mas melhorar a eficiência hídrica nem sempre exige grandes investimentos ou projetos de infraestrutura. Muitas vezes, ajustes simples e de baixo custo, como reparar vazamentos, ajustar rotinas de limpeza ou melhorar cronogramas de higienização, podem fazer uma grande diferença.

“As mudanças de gestão mais simples geralmente têm o maior impacto”, observa Vander Dussen, acrescentando que o foco principal deve ser descobrir como reciclar a água o maior número de vezes possível.
Os consumidores estão observando
Com a água em destaque, os produtores de leite estão descobrindo que transparência e comunicação são mais importantes do que nunca. Transmitir de forma eficaz como a água é reutilizada e conservada é essencial, especialmente porque os consumidores estão cada vez mais engajados em entender a sustentabilidade dos sistemas alimentares.
“Com a água se tornando mais limitada, haverá mais conversas com os consumidores sobre quem está usando água e quanto dela”, diz Vander Dussen.
Ela vê essa curiosidade como uma oportunidade para mostrar práticas de conservação. Os produtores podem construir confiança mostrando as medidas que tomam para reduzir o uso de água e explicando por que essas escolhas importam. Parte dessa confiança vem de apresentar informações de forma clara e compreensível. “Precisamos encontrar os consumidores onde eles estão”, ela diz, “trazê-los para dentro do universo da agricultura, trazê-los para o alimento, sem se perder demais em tecnicismos. É encontrar esse equilíbrio de dar informação sem sobrecarregá-los.”
Vander Dussen também destaca a dimensão do déficit de conhecimento. “Estamos tentando colocar as pessoas em dia com cerca de cem anos. Essa é uma lacuna enorme. O que muitas vezes a preenche, especialmente online, é desinformação. Um vídeo ou algo em alta no TikTok pode moldar percepções. Precisamos fazer um trabalho melhor e assumir a responsabilidade, como produtores, de trazer os consumidores junto nessa jornada.”
Fazendo cada litro valer a pena
Existem várias maneiras pelas quais fazendas leiteiras podem reutilizar água em toda a operação, e muitas já dependem dessas práticas para aproveitar cada galão. O processo geralmente começa na sala de ordenha com os resfriadores de placas, onde água subterrânea fria é usada para reduzir a temperatura do leite. Como essa água de resfriamento não entrou em contato com contaminantes, ela pode ser usada uma segunda vez para higienizar os equipamentos de ordenha.
Após seu segundo uso, a água geralmente é direcionada para uma lagoa para armazenamento até que seja necessária para o manejo ou limpeza do estábulo. A partir daí, as fazendas comumente usam essa água reciclada para retirar esterco dos piquetes durante a ordenha e, depois, para limpar os corredores onde as vacas ficam e se alimentam. Depois que a água completa sua função no estábulo, ela retorna para a lagoa para outro ciclo de armazenamento e decantação. No estágio final, a água reciclada é aplicada nos campos para irrigação das plantações.
O futuro do setor lácteo depende da água
Em todo o país, a água é central para o futuro do setor lácteo, mas como as fazendas usam e conservam água não é mais apenas uma preocupação operacional; é uma história que o público está acompanhando.
Vander Dussen vê isso como uma oportunidade. Ao mostrar aos consumidores como a água é reciclada, conservada e gerenciada com responsabilidade, as fazendas leiteiras podem construir confiança, destacar seus esforços de sustentabilidade e fortalecer laços com a comunidade.
As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.








Comentários (0)
Comentários do Facebook