Sobra de milho pressiona os preços
Entre os fatores de alta, destaca-se o desempenho positivo da indústria de etanol
O mercado de milho no Brasil segue pressionado pela oferta interna, reflexo direto da perda de competitividade das exportações do grão in natura frente ao produto americano. Segundo a TF Agroeconômica, os Estados Unidos têm oferecido preços extremamente baixos para escoar sua supersafra, o que reduz o espaço do milho brasileiro no mercado internacional e faz sobrar grãos no mercado interno, pressionando as cotações.
De acordo com cálculos do DERAL, os prejuízos atuais chegam a -29,3% no Paraná, -6,19% em Santa Catarina, -19,78% no Rio Grande do Sul e -38,82% no Mato Grosso. Ainda assim, a TF Agroeconômica aponta uma leve reação nas últimas semanas, com alta de 1,63% na B3, o equivalente a R$ 1,08 por saca, e sugere que produtores comprem contratos futuros na bolsa como estratégia para reduzir as perdas.

Entre os fatores de alta, destaca-se o desempenho positivo da indústria de etanol dos EUA, cuja produção cresceu para 1,112 milhão de barris diários, impulsionando a demanda por milho localmente. Além disso, há incertezas quanto ao volume final da colheita americana, que pode ficar abaixo das previsões do USDA, e atraso na colheita da Ucrânia devido à alta umidade. No Brasil, a demanda interna segue firme, sustentada pelos setores de carnes e etanol, que continuam aquecidos e ajudam a absorver parte da oferta.
Por outro lado, alguns fatores limitam a recuperação dos preços. Entre eles, a oposição das empresas petrolíferas americanas à ampliação do E-15, mistura de etanol na gasolina, que reduz o otimismo com o consumo de biocombustíveis. As tensões comerciais entre EUA e Canadá também adicionam incertezas, especialmente porque o Canadá é um dos principais compradores de etanol norte-americano. No Brasil, mesmo com bons números recentes, as exportações ainda estão 12% abaixo do ano passado, o que amplia os estoques e freia maiores altas nas cotações domésticas.







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