Carne de frango amplia vantagem competitiva
Desvalorização sazonal reforça atratividade da avicultura no mercado interno
A carne de frango volta a ganhar espaço no prato do consumidor brasileiro ao ampliar sua competitividade frente às proteínas suína e bovina, movimento que se intensifica na reta final do ano. Em dezembro, enquanto os preços do frango recuam, as demais carnes registram elevação consistente, criando um diferencial importante para o varejo e para o atacado. Esse comportamento, longe de indicar fragilidade estrutural do setor avícola, está diretamente ligado à sazonalidade do consumo.
Tradicionalmente, neste período, a demanda se desloca para produtos típicos das festas de fim de ano, como aves natalinas especiais, além de cortes suínos e bovinos mais valorizados, reduzindo temporariamente o ritmo de compras do frango convencional. Com isso, as cotações cedem, tornando a proteína avícola ainda mais acessível ao consumidor final. Para analistas do setor e do Cepea, essa combinação de preços mais baixos e ampla disponibilidade cria um ambiente favorável para recomposição do consumo no início do próximo ano, quando o orçamento das famílias tende a ficar mais ajustado e a busca por proteínas com melhor custo-benefício se intensifica.
Cenário de preços fortalece posição do frango frente às carnes concorrentes
Enquanto a avicultura atravessa um momento de acomodação nas cotações, os segmentos suinícola e bovino seguem em trajetória oposta, com reajustes que pressionam o poder de compra da população. A valorização dessas proteínas está relacionada a fatores como oferta mais restrita, custos elevados ao longo da cadeia produtiva e demanda aquecida em nichos específicos do mercado interno. Nesse contexto, o frango se destaca não apenas pelo preço mais competitivo, mas também pela versatilidade e pela percepção de proteína mais leve e democrática.
Pesquisadores do setor apontam que o fraco desempenho nas vendas observado nas últimas semanas é recorrente neste período do calendário, não devendo ser interpretado como um sinal de perda de espaço estrutural. Ao contrário, o cenário atual tende a reforçar a imagem do frango como a proteína de ajuste do consumo, aquela que ganha protagonismo sempre que outras carnes se tornam menos acessíveis.

Mesmo com a expectativa de um mercado ainda lento nas próximas semanas, a avaliação é de que as cotações enfraquecidas funcionam como um estímulo indireto ao consumo, preparando o terreno para uma reação mais firme assim que o fluxo normal de compras for retomado após as festas.
Perspectivas indicam retomada gradual e manutenção da competitividade em 2026
A leitura predominante entre agentes do mercado é de cautela no curto prazo, com negociações ainda travadas e ritmo moderado até a virada do ano. No entanto, a médio prazo, a carne de frango tende a manter sua vantagem competitiva frente às proteínas suína e bovina, especialmente em um cenário de renda pressionada e maior sensibilidade do consumidor aos preços. A expectativa é de que, com o esgotamento do apelo sazonal das carnes festivas, a demanda volte a se concentrar no frango, impulsionando gradualmente as vendas e dando suporte às cotações.
Além disso, o setor avícola conta com uma cadeia produtiva mais ajustável e com maior capacidade de resposta às oscilações do mercado, o que contribui para a estabilidade da oferta. Assim, mesmo diante de um final de ano marcado por preços enfraquecidos, a carne de frango encerra o período reforçando seu papel estratégico no abastecimento nacional e se posicionando como a principal alternativa de proteína animal para o consumidor brasileiro nos próximos meses.
AGRONEWS








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