China pode abrir mercado bilionário para etanol brasileiro e SAF
Com acordos diplomáticos e sanitários já firmados, o país está bem posicionado para alimentar a aviação chinesa
O Brasil tem avançado em uma trilha estratégica para integrar o mercado chinês a biocombustíveis produzidos no país: etanol para SAF (Combustível Sustentável de Aviação) e DDGs são os principais protagonistas nessa abertura.
Com acordos diplomáticos e sanitários já firmados, o país está bem posicionado para alimentar a aviação chinesa com combustíveis de baixo carbono, enquanto consolida novos canais de exportação com alto valor agregado.
Proposta estratégica em discussão
A China estuda importar etanol brasileiro como base para produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação), em meio às ações coordenadas com a CPCIF e a Chimbusco, subsidiária da PetroChina.
O sinal é claro: o Brasil é visto como parceiro vital nessa transição energética. O plano ganha força com a meta chinesa de alcançar 50% de SAF na aviação até 2030, o que equivaleria a 46 milhões de toneladas por ano.

Acordo bilateral já assinado
Em maio de 2025, durante visita de Lula à China, foi firmado um memorando com a Administração Nacional de Energia da China (NEA), que reconhece o etanol brasileiro como vetor de descarbonização e abre caminho para exportação de biocombustíveis.
O entendimento inclui o desenvolvimento de tecnológicos e o estabelecimento do programa E10 – mistura de 10% de etanol na gasolina – em linha com a transição energética chinesa.
Além do etanol, o acordo autoriza o Brasil a exportar DDGs (subproduto do etanol de milho) para a China. Nos últimos anos, os EUA dominavam esse mercado (99,6%) com importações avaliadas em US$ 65,7 milhões em 2024. Com a abertura, o Brasil poderá disputar esse canal e potencializar suas exportações.
Expansão da produção de DDGs
A produção brasileira de DDGs segue em alta: são 4,1 milhões de toneladas em 2024/25, com perspectiva de chegar a 5 milhões até 2025/26.
O país planeja dobrar essa capacidade na próxima década, acompanhando projetos de expansão da produção de etanol de milho — a estimativa é que o etanol atinja 10 bilhões de litros na safra 2025/26.







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