Preço do frango sobe e supera crise da gripe aviária
O fantasma da gripe aviária fica para trás com a recuperação do mercado, confira a seguir
O produtor avícola brasileiro respira mais aliviado. Após meses de incerteza gerados pelo registro de um caso de gripe aviária em maio de 2025, os preços da carne de frango não apenas se recuperaram, como caminham para alcançar os patamares anteriores à crise.
A notícia, confirmada por levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, reflete a resiliência e a força do agronegócio nacional. A recuperação é impulsionada por dois motores potentes que operam em sintonia: a retomada consistente das exportações e um mercado interno aquecido, que se prepara para as festas de fim de ano. Este cenário positivo demonstra a capacidade do setor de superar desafios sanitários complexos e reafirma a confiança internacional na produção brasileira.
O impacto inicial e a rápida resposta do setor
Quando o primeiro caso de gripe aviária foi confirmado, um alerta soou em toda a cadeia produtiva. A reação de importantes parceiros comerciais foi imediata, com suspensões temporárias das importações, gerando uma pressão negativa sobre os preços e grande preocupação para os avicultores. No entanto, a resposta do Brasil foi igualmente ágil e transparente.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), em conjunto com as associações do setor e os produtores, agiu rapidamente para conter o foco, reforçar a comunicação com o mercado global e demonstrar a robustez dos nossos sistemas de controle. Essa crise sanitária serviu como um teste de estresse para os protocolos de biossegurança, que se mostraram eficazes.
A base dessa confiança está no trabalho diário realizado dentro das granjas. Medidas que já são rotina foram intensificadas para proteger o plantel nacional e garantir a segurança do produto. Entre as ações fundamentais, destacam-se:
- Controle rigoroso no acesso de pessoas e veículos às propriedades, evitando a entrada de contaminantes.
- Implementação de arcos de desinfecção e outras barreiras sanitárias para todos que entram na área de produção.
- Monitoramento constante da saúde das aves, com notificação imediata de qualquer comportamento anormal.
- Treinamento contínuo das equipes para seguir os protocolos de biossegurança à risca.
A retomada das exportações como motor da recuperação
Um dos momentos mais importantes para a recuperação do setor foi o anúncio da União Europeia, na segunda quinzena de setembro, sobre a retomada das compras de carne de frango do Brasil. Essa decisão funcionou como um selo de confiança, sinalizando para outros mercados que a situação estava sob controle e que o produto brasileiro continuava seguro. A partir daí, o movimento de recuperação de preços ganhou força e vem se sustentando.
A reabertura de mercados importantes injetou otimismo e, principalmente, demanda externa, ajudando a escoar a produção e a equilibrar a oferta no mercado interno. A crise da gripe aviária, embora prejudicial no curto prazo, reforçou a reputação do Brasil como um fornecedor confiável, capaz de gerir adversidades sanitárias com competência.

Gripe aviária e o desafio do mercado chinês
Apesar do cenário otimista, um importante desafio permanece no horizonte: o mercado chinês. Segundo o Cepea, a China é o único entre os grandes importadores que ainda mantém a suspensão das compras de frango brasileiro. A ausência de um parceiro comercial de tal magnitude é sentida, mas a recuperação atual mostra que o setor não depende de um único destino.
As negociações diplomáticas e técnicas continuam, e a expectativa é que a barreira seja suspensa em breve. A cautela da China em relação à gripe aviária evidencia a sensibilidade do comércio global a questões sanitárias. A diversificação de mercados, uma estratégia defendida há anos pelo setor, prova mais uma vez ser o caminho mais seguro para garantir a estabilidade e o crescimento da avicultura nacional.
Mercado interno aquecido e a expectativa para o fim de ano
Enquanto as exportações se recuperam, o mercado doméstico desempenha um papel crucial para sustentar os preços. A demanda interna por carne de frango, uma proteína acessível e popular na mesa dos brasileiros, segue aquecida. Com a aproximação das festas de fim de ano, essa procura tende a aumentar ainda mais. A tradição de consumir aves natalinas, como o peru e o chester, impulsiona todo o setor avícola, refletindo positivamente também nos preços do frango convencional. A tendência é de manutenção de preços firmes até o encerramento de 2025, combinando a forte demanda interna com o ritmo crescente das exportações. Este equilíbrio é fundamental para a saúde financeira do produtor.
A recuperação das cotações internas está atrelada à retomada dos embarques nacionais, além do aquecimento do mercado doméstico.
As lições aprendidas com este episódio de gripe aviária são valiosas. A importância de investir continuamente em biossegurança se tornou ainda mais evidente, como um pilar para a sustentabilidade do negócio. A capacidade de resposta rápida e coordenada entre governo e setor privado foi fundamental para mitigar os danos. Informações técnicas sobre a prevenção e o controle da doença estão sempre disponíveis em fontes confiáveis, como a página sobre Influenza Aviária da Embrapa, que serve de guia para produtores e técnicos.
Em resumo, o setor avícola brasileiro está demonstrando uma notável capacidade de superação. O que começou como uma grave crise sanitária com o susto da gripe aviária está se transformando em uma história de resiliência. A combinação da reabertura de mercados internacionais e a força da demanda doméstica está levando os preços a patamares saudáveis, trazendo um final de ano mais tranquilo e promissor para o produtor. A avicultura nacional sai deste desafio mais forte, com seus protocolos validados e sua reputação como fornecedor global de alimentos seguros e de qualidade reafirmada.







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