Petrobras entrega primeiro lote de combustível sustentável de aviação 100 porcento nacional
Lote inicial é de 3.000 m³, entregue a distribuidoras que abastecem o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro
A Petrobras anunciou o início da comercialização do primeiro lote de combustível sustentável de aviação (SAF) produzido integralmente no Brasil, na Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, marco que representa um passo determinante rumo à transição energética no setor aéreo.
O lote inicial é de 3.000 m³, entregue a distribuidoras que abastecem o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro; esse volume equivale aproximadamente a um dia de consumo dos aeroportos do estado.
Produzido pela rota de coprocessamento nas refinarias da companhia, com a adição de matéria-prima vegetal, como óleo de soja ou óleo de milho, o SAF brasileiro está certificado conforme padrões internacionais do International Civil Aviation Organization (ICAO), sob o selo ISCC‑CORSIA, garantindo a rastreabilidade e a redução de emissões.
Segundo a estatal, a parcela renovável do combustível pode reduzir as emissões líquidas de CO₂ em até 87%, comparado ao querosene de aviação convencional. Não são necessárias modificações nas aeronaves nem nos procedimentos de abastecimento para a utilização do combustível sustentável.
Por que isso interessa ao agronegócio e à bioenergia
Para o setor agropecuário e de insumos agrícolas, o SAF representa uma nova demanda por matéria-prima vegetal, especialmente óleos como soja ou resíduos vegetais que possam ser utilizados como insumos renováveis.
Isso pode reaquecer áreas de produção vegetal destinadas não apenas à alimentação, mas também à bioenergia, monetizando mais um elo da cadeia produtiva agrícola brasileira.
Além disso, a adoção de SAF nacional pode gerar incentivos para expansão de plantações de oleaginosas e para a coleta de subprodutos vegetais, criando oportunidades de mercado para produtores rurais interessados em fornecer matérias-primas para biocombustíveis de aviação.
Inovação e transição energética
A produção nacional de SAF colocada em operação pela Petrobras antecipa exigências que entrarão em vigor a partir de 2027 no Brasil, de acordo com a Lei do Combustível do Futuro, assinada em outubro de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e demais diretrizes internacionais para redução de emissões da aviação internacional.
O uso de SAF se tornará obrigatório nos voos internacionais que partem do Brasil e também será exigido em voos domésticos.

Por utilizar processo de coprocessamento, a produção permite aproveitar a infraestrutura existente de refino, o que torna a adoção do SAF mais rápida e com menor necessidade de novos investimentos estruturais.
É preciso decolar
A escala de produção atual pela Petrobras ainda é inicial: 3.000 m³ representa pouco diante da demanda nacional e internacional de aviação.
Será preciso expandir a capacidade produtiva e garantir oferta constante de matéria-prima vegetal para que o SAF se torne competitivo no longo prazo.
A adoção em larga escala do SAF depende não só da oferta, mas também de regulamentações, incentivos, e da adaptação do setor aéreo a práticas de fornecimento e certificação de biocombustíveis, pauta que deve evoluir nos próximos anos com a vigência da Lei do Combustível do Futuro.








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