Justiça suspende dívidas do Grupo Safras e aprova recuperação judicial da Agropecuária Santa Mônica

Decisões em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul refletem dificuldades financeiras no agronegócio

Justiça suspende dívidas do Grupo Safras e aprova recuperação judicial da Agropecuária Santa Mônica
Ilustrativa

O setor agropecuário enfrenta novas turbulências judiciais. Nesta semana, dois grupos relevantes entraram em destaque nos tribunais.

São eles: o Grupo Safras, em Mato Grosso, que teve suas dívidas suspensas por 180 dias, e a Agropecuária Santa Mônica, em Mato Grosso do Sul, que obteve a aprovação do pedido de recuperação judicial. 

Os casos, noticiados, respectivamente, por Globo Rural e Agro Estadão, mostram os efeitos da pressão de custos e da instabilidade financeira sobre grandes empresas do agro.

Grupo Safras tem dívidas suspensas

A desembargadora Marilsen Andrade Addario, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, determinou a suspensão das execuções de dívidas do Grupo Safras por 180 dias. O passivo do conglomerado ultrapassa R$ 2,2 bilhões.

O grupo entrou em recuperação judicial em abril, mas o processo foi suspenso em maio por suspeitas de fraudes. Atualmente, 60% do capital está sob controle do fundo Agri Brazil Special Situations, gerido pela Yards Asset, que chegou a pedir a desistência da RJ.

A magistrada negou o retorno do controle acionário aos fundadores Pedro de Moraes Filho e Dilceu Rossato

Também nomeou o advogado Emmanoel Alexandre de Oliveira como interventor judicial, após a recusa de Jorge Luiz de Campos.

Para a defesa dos fundadores, a decisão fortalece a confiança na Justiça de Mato Grosso e abre espaço para que apresentem sua versão no processo.

Agropecuária Santa Mônica

Em Mato Grosso do Sul, a Agropecuária Santa Mônica conseguiu a aprovação de seu pedido de recuperação judicial. A decisão foi tomada pelo juiz César de Souza Lima, da 5ª Vara Cível e Regional de Falências e Recuperações de Dourados, de acordo com o Agro Estadao.

O grupo, formado pelos empresários João Marques e Rene Glanert Marques, enfrenta dívidas superiores a R$ 43 milhões.

Segundo eles, a crise entre 2019 e 2024, com alta de custos de insumos e perdas produtivas, comprometeu o caixa e gerou inadimplência.

O juiz também reconheceu as empresas como uma única entidade, o Grupo Marques. Com isso, deverá ser apresentado um plano unificado de recuperação, a ser votado pelos credores.

Durante o processo, execuções e ações contra o grupo ficam suspensas, incluindo bens essenciais às atividades.

Rene Marques, além de empresário, é presidente do Sindicato Rural de Aral Moreira (MS) e integra a diretoria da Famasul.