Células-tronco apontam novo caminho contra a mastite

Um estudo inovador mostrou que células-tronco têm efeito imunomodulador em vacas leiteiras, prevenindo a mastite e estimulando genes ligados à síntese de gordura.

Células-tronco apontam novo caminho contra a mastite
Ilustrativa

Pesquisadores de células-tronco descobriram uma nova forma de reduzir a inflamação em vacas leiteiras e, potencialmente, aumentar a gordura do leite.

Uma solução natural para prevenir doenças inflamatórias do úbere, como a mastite, pode estar a caminho – trazendo benefícios tanto para a saúde das vacas quanto para a produção de gordura no leite.

Um estudo inovador, liderado por pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, relatou pela primeira vez que células-tronco mesenquimais (mesenchymal stem cells – MSCs) podem modular a inflamação em células epiteliais mamárias bovinas (mammary epithelial cells – MECs).

Isso é uma boa notícia para o bem-estar animal e também para a produção de gordura do leite. O estresse nas MECs bovinas reduz o tamanho dos glóbulos de gordura do leite; mas, quando essas células são tratadas com MSCs ou com seu secretoma, o tamanho dos glóbulos de gordura aumenta, conforme constatou o estudo.

Importante: os pesquisadores descobriram que o efeito imunomodulador é possível sem contato direto entre as células – o que sugere que os bioativos benéficos podem ser incorporados em um aditivo alimentar ou outro tipo de suplemento.

Se uma solução assim for desenvolvida, ela pode representar uma mudança de paradigma na medicina veterinária, oferecendo um método natural para prevenir ou reduzir a ocorrência de doenças inflamatórias do úbere durante períodos de pico de lactação.

Como a descoberta foi alcançada

Para testar o impacto benéfico das MSCs nas MECs, os pesquisadores co-cultivaram os dois tipos de células ou trataram as MECs com meio condicionado por MSCs.

Eles descobriram que essa aplicação de MSCs reduziu a expressão de genes que contribuem para a inflamação, como IL-6 e TNF-α. Esse efeito foi observado tanto em condições normais quanto durante um processo inflamatório ativo, o que significa que as MSCs aumentaram a resiliência celular.

Os pesquisadores também verificaram que as MSCs e seu secretoma estimularam a expressão de genes lipogênicos – levando à ativação de genes como FASN (Fatty Acid Synthase), ACC (Acetyl-CoA Carboxylase) e SCD1 (Stearoyl CoA Desaturase 1) – além de aumentar o teor de triglicerídeos e promover mudanças no tamanho e na quantidade de glóbulos lipídicos.

Em conjunto, esses achados indicam que as MSCs promovem a síntese lipídica nas MECs, potencialmente melhorando a produção de gordura do leite.


As informações são do Dairy Reporter, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.