Mapa e setor de fertilizantes firmam acordo para ampliar previsibilidade e sustentabilidade

A Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) assinou nesta terça-feira (2) um acordo de cooperação técnica com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), durante o 12º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, em São Paulo. A parceria busca fortalecer o intercâmbio de informações entre setor público e privado, além de fomentar inovação em bioinsumos e práticas sustentáveis.

Segundo o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, o objetivo é dar maior previsibilidade ao produtor rural na formação de preços, hoje definida fora do país. “O produtor rural fica sem uma previsão se o preço vai baixar ou vai subir. Com esse acordo, o Brasil terá condições de indicar ao produtor a tendência do preço para negociar melhor”, afirmou.

O acordo prevê aprimoramento de estatísticas setoriais, produção de conhecimento estratégico e mobilização de recursos para sustentabilidade, incluindo a medição da pegada de carbono dos produtos nacionais e importados. A expectativa é que esse tipo de informação favoreça a valorização de insumos de baixo carbono.

No congresso, foram apresentadas projeções para o consumo de fertilizantes até 2050. No cenário otimista, o país pode alcançar 61,5 milhões de toneladas anuais em 2035. Entretanto, a alta dependência externa segue como desafio: 85% dos fertilizantes consumidos no Brasil são importados, e 90% das tecnologias utilizadas não foram desenvolvidas para o clima tropical. Há ainda gargalos logísticos, já que 47% dos produtos entram pelos portos do Sul e Sudeste, enquanto a maior demanda está no Centro-Oeste.

O evento também destacou iniciativas de sustentabilidade, como o programa Caminho Verde Brasil, voltado à recuperação de pastagens, e a adoção do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que alia produtividade com conservação ambiental.

Campos reforçou que o Mapa atua para apoiar os produtores com medidas de financiamento, como o Plano Safra, e com avanços regulatórios.

“O ministério tem sido proativo e inteligente na proteção do setor e na busca de soluções para os desafios do futuro”, disse.

Com informações do Mapa