Chuvas favorecem lavouras de milho no Nordeste, mas dificultam trigo no Sul
Cobab mostra também que o frio tem beneficiado o desenvolvimento dos cultivos de inverno
As chuvas registradas em parte da região Nordeste favoreceram o desenvolvimento dos cultivos de terceira safra no Sealba, sigla que envolve os estados de Sergipe, Alagoas e Bahia.
Em contrapartida, as precipitações dificultaram a implantação e o estabelecimento do trigo em algumas áreas da região Sul.
É o que mostra o Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA) referente às condições observadas de 1 a 21 de julho, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)
Entre 1 e 21 de julho, os maiores acumulados de chuva ocorreram no extremonorte do país, na faixa leste da região Nordeste e no centro da região Sul. Nesses locais, o armazenamento hídrico ficou elevado, com áreas acima de 90% de umidade durante praticamente todo o período de monitoramento.
A publicação divulgada hoje (dia 29) mostra também que o frio tem beneficiado o desenvolvimento dos cultivos de inverno.
No Centro-Oeste, Matopiba, região formada por partes dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, e parte da região Sudeste, o clima seco e quente foi predominante e contribuiu com a maturação e a colheita do algodão e do milho segunda safra, mas restringiu parcialmente o cultivo de áreas com trigo.
Na região Norte, os maiores volumes de chuvas foram observados em Roraima, no Amapá e no noroeste do Amazonas e do Pará. Em regiões produtoras de cultivos de segunda safra do Pará, do Tocantins e de Rondônia, as chuvas reduzidas favoreceram a maturação e a colheita.
Como foi?
Na região Nordeste, as chuvas foram intensas na faixa leste, principalmente, nas duas primeiras semanas de julho, favorecendo os cultivos de terceira safra em desenvolvimento.
Na região do Sealba, as condições de umidade do solo, no geral, também foram favoráveis ao desenvolvimento desses cultivos, com exceção de parte das lavouras no interior no Nordeste da Bahia. No Matopiba, o clima seco beneficiou a maturação e a colheita dos cultivos de algodão, milho primeira e segunda safras.
Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, a predominância do clima seco favoreceu os cultivos de segunda safra e de inverno em maturação e colheita.
No sul de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, a ocorrência de chuvas, principalmente, na segunda semana do período de análise, resultou no incremento da umidade do solo e também contribuiu para a floração e o enchimento de grãos das lavouras de trigo e para o desenvolvimento vegetativo daqueles cultivos de inverno semeados mais tarde.
No Sul
Na região Sul, a ocorrência de temperaturas mais baixas, no período em análise, estimulou o desenvolvimento e o perfilhamento dos cultivos de inverno nesta região.
As chuvas foram mais significativas, principalmente, na metade sul do Paraná e em Santa Catarina. No Paraná, a ocorrência de chuvas expressivas, na segunda semana do mês, interromperam o ritmo da colheita do milho segunda-safra e das operações de semeadura do trigo em algumas localidades.
No entanto, o aumento da umidade do solo beneficiou os cultivos de inverno em desenvolvimento vegetativo e estágio reprodutivo. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, verificou-se elevada umidade do solo.
Os maiores acumulados de chuva foram observados em Santa Catarina, especialmente, no sudeste do estado. Verificaram-se áreas com atrasos na semeadura, devido ao excesso de chuvas, que dificultou a operação de semeadura. Apesar disso, a safra se encontra dentro do período recomendado e abrangido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e, até o momento, considera-se que as condições gerais das lavouras de trigo são boas.
Análise
A análise espectral mostra condições variadas referentes à resposta do Índice de Vegetação (IV). Isso deve-se, principalmente, às restrições climáticas no desenvolvimento dos cultivos de segunda safra e de inverno e ao atraso na semeadura dos cultivos de inverno.
Embora se observa o atraso na semeadura do trigo na região Sul, de maneira geral, a condição de desenvolvimento das lavouras é favorável.
No Norte Mato-Grossense e Sul Goiano, a maior quantidade de áreas com baixo valores de Índice de Vegetação (IV) indica a predominância de cultivos de segundasafra em maturação e finalização da colheita. No Sudoeste de Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Assis, Norte Central e Oeste Paranaense, a maior quantidade de áreas com baixos e médios valores do IV deve-se pela maior quantidade de áreas de segunda safra em maturação e colheita e por lavouras impactadas pela restrição de chuvas associadas às altas temperaturas.
Nas demais regiões, nota-se uma predominância de áreas na faixa de médios a altos valores do IV, em função da maior presença de cultivos de inverno em desenvolvimento vegetativo e estágios reprodutivos.
redação com informações da Conab | Agrofy News