Milho 2026 preços preocupam produtores
Milho 2026 pode ter preços abaixo do custo, veja mais informações a seguir
A perspectiva para o mercado de milho em 2026, tanto no Brasil quanto no cenário global, não é das mais animadoras. Os preços atuais da saca estão aquém do que se gasta para produzir, acendendo um alerta vermelho para os nossos produtores. Essa situação exige um olhar ainda mais atento e a busca por estratégias de manejo e comercialização que garantam a sustentabilidade da atividade. Acompanhar de perto as movimentações do mercado e as projeções é fundamental para tomar as melhores decisões.
Preços atuais abaixo do custo de produção
A realidade é que, no mercado brasileiro, a saca de milho tem sido negociada em torno de R$ 68,92. Se compararmos com o custo estimado de produção, que gira em torno de R$ 73,55, percebemos uma diferença de 6,29%. Essa defasagem, embora pareça pequena em um primeiro momento, pode corroer a rentabilidade do produtor ao longo de uma safra inteira. Olhando para o mercado internacional, a Bolsa de Chicago (CBOT) também reflete essa pressão, com os preços em torno de R$ 57,84, um valor 21,26% inferior à média de produção. Essa queda nos preços internacionais impacta diretamente a competitividade do nosso milho no mercado externo.
Otimismo cauteloso para o segundo semestre no Brasil
Apesar do cenário desafiador, há um sopro de esperança para o segundo semestre no Brasil. A expectativa é de uma recuperação nos preços, impulsionada pela demanda aquecida tanto da indústria de carnes quanto da produção de etanol. No entanto, para que essa alta seja suficiente para garantir a rentabilidade esperada, seria necessário um aumento de pelo menos 10% nos valores.
Em termos práticos, para cobrir os custos e obter algum lucro, os preços em julho de 2026 precisariam superar a marca dos R$ 80,00 por saca. A aposta principal para sustentar o mercado interno recai sobre o consumo doméstico, já que a supersafra norte-americana pode dificultar nossas exportações.
Fatores que impulsionam os preços para cima
Vários elementos indicam um potencial de valorização para o milho. Um deles é o aumento das exportações americanas, que atingiram 2,117 milhões de toneladas em um recente relatório do USDA. Além disso, a qualidade das lavouras nos Estados Unidos tem apresentado uma ligeira piora, com a porcentagem de áreas em condições boas/excelentes caindo de 71% para 69%. Outro ponto importante é a queda acentuada nas exportações da Ucrânia, que despencaram 63,88% no início de julho. Esse cenário favorece o Brasil, que tem ampliado sua participação no mercado europeu, se beneficiando diretamente da retração das vendas ucranianas. Com o avanço do consumo interno, espera-se uma redução nos estoques no país.
Pressões de baixa no mercado global e nacional
Por outro lado, existem fatores que atuam como um freio nos preços, exercendo uma pressão de baixa. O rápido progresso da colheita nos Estados Unidos é um deles, com a promessa de volumes recordes, superando as 421 milhões de toneladas, segundo estimativas da StoneX. No Brasil, as exportações também mostraram uma desaceleração. Para setembro, foram estimadas 6,37 milhões de toneladas, um volume inferior às 7,31 milhões embarcadas no mês anterior e também menor que o registrado no mesmo período de 2024. Esses dados indicam que o mercado segue em um delicado equilíbrio, com forças altistas e baixistas disputando espaço.

O trigo surge como alternativa de valorização
Enquanto o milho enfrenta essas incertezas, o trigo no Brasil apresenta uma tendência de valorização que merece atenção especial do setor produtivo. Essa recuperação no preço do trigo pode ser um indicativo de mudanças no cenário de commodities agrícolas e, talvez, oferecer novas oportunidades para os produtores que diversificam suas culturas. É crucial acompanhar de perto esses movimentos para planejar os próximos passos.
Estratégias para um mercado volátil
Diante desse cenário complexo, onde a expectativa de alta no segundo semestre no Brasil contrasta com a pressão de baixas internacionais e a atual desvalorização em relação ao custo de produção, a palavra de ordem para os produtores de milho em 2026 é cautela. É fundamental diversificar os mercados de venda, buscar contratos de comercialização que garantam preços mínimos e, sempre que possível, gerenciar os custos de produção de forma eficiente.
Acompanhar as projeções de órgãos como a Embrapa e o USDA é essencial para tomar decisões informadas. O mercado internacional, com eventos como os relacionados à Ucrânia, e as condições climáticas nos principais produtores mundiais, continuam sendo fatores determinantes para o futuro do preço do milho. A comunicação com outras partes da cadeia, como cooperativas e tradings, pode ajudar a encontrar as melhores soluções. Além disso, explorar outras culturas com bom potencial de rentabilidade, como o trigo, pode ser uma estratégia inteligente para mitigar riscos.
AGRONEWS







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