Portos do Paraná alcançam 70 milhões de toneladas em 2025
Marca histórica é atingida antes do fim do ano, supera 2024 e antecipa em uma década a meta prevista no planejamento técnico
Paranaguá é o maior exportador de carnes — frango, bovino e suíno —, concentrando cerca de 40% de toda a exportação nacional.(Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)
A Portos do Paraná alcançou a marca de 70 milhões de toneladas movimentadas entre janeiro e parte de dezembro de 2025, um recorde histórico para a empresa pública.
O volume supera a produtividade registrada em 2024 com 15 dias de antecedência em relação ao encerramento do ano e representa um crescimento de 5% na comparação anual.
A expectativa é ampliar ainda mais essa escala até o fim de dezembro, com previsão de movimentação entre 72 e 73 milhões de toneladas até o dia 31. Caso a projeção se confirme, a Portos do Paraná irá superar o planejamento técnico original, que previa atingir o patamar de 70 milhões de toneladas somente a partir de 2035.
Entre 2018 e 2025, o aumento da movimentação de cargas nos portos paranaenses foi de 32%. A conquista registrada antes do encerramento do ano é motivo de comemoração, segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
“Em 2019, quando dissemos que iríamos alcançar as 60 milhões de toneladas, houve dúvida por parte de muitos, que afirmavam que não seria possível. Em cinco anos, superamos a meta e chegamos a 66,7 milhões de toneladas. Agora, ultrapassamos a marca de 70 milhões, provando que, com o uso de inteligência logística, investimentos e muito trabalho de toda a equipe da Portos do Paraná, além da participação ativa da comunidade portuária, quebrar barreiras e antecipar o futuro é possível”, afirmou Garcia.

Liderança nas exportações
No comércio exterior, o Porto de Paranaguá se consolida como um dos principais do mundo no embarque de grãos e farelos. Também é o maior corredor de exportação de carne de frango congelada do planeta, responsável por mais de 48% de toda a produção nacional destinada ao mercado externo.
Entre os portos brasileiros, Paranaguá é o maior exportador de carnes — frango, bovino e suíno —, concentrando cerca de 40% de toda a exportação nacional. O porto também é o principal canal de embarque de óleo de soja e possui o segundo maior fluxo de carregamento de soja e farelo de soja do país.
No segmento de importação, a Portos do Paraná mantém destaque no recebimento de fertilizantes. Em 2025, mais de 11 milhões de toneladas foram recepcionadas pelos portos de Paranaguá e Antonina.
Ações que impulsionam o marco histórico
Entre as medidas operacionais adotadas em 2025 está o aumento do calado operacional nos berços de granéis sólidos, realizado em setembro.
A profundidade passou de 13,1 metros para 13,3 metros, permitindo um crescimento médio de até 1,5 mil toneladas por navio.

Em outubro, os navios porta-contêineres também passaram a operar com maior capacidade após o aumento do calado operacional de 12,8 metros para 13,3 metros. “Com o aumento de 50 centímetros, houve um crescimento de aproximadamente 400 TEUs por navio”, destacou o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira. O TEU é a unidade equivalente a um contêiner de 20 pés, com cerca de seis metros de comprimento.
Investimentos que elevam a eficiência
Outro fator estratégico foi a realização do leilão para a concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, que deve ampliar ainda mais o potencial logístico do estado.
O Consórcio Canal da Galheta Dragagem, formado pelas empresas FTS Participações Societárias S.A., Deme Concessions NV e Deme Dredging NV, venceu o certame realizado em outubro.
Após assumir o contrato, a concessionária terá cinco anos para executar melhorias como a ampliação e o aprofundamento do canal, visando alcançar um calado operacional de 15,5 metros. A manutenção desse parâmetro ficará sob responsabilidade da empresa até o fim do contrato, que terá vigência de 25 anos.
O incremento de mais de dois metros no calado permitirá um salto significativo na capacidade de embarque: um adicional de mil contêineres ou 14 mil toneladas de granéis sólidos vegetais em um único navio.
Moegão, obra estruturante para o futuro
Para ampliar a produtividade, a Portos do Paraná avança na construção do Moegão, considerada a maior obra pública portuária do Brasil. O projeto atingiu 80% de execução em dezembro e, após concluído, poderá receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo os terminais do Corredor de Exportação Leste (Corex).
O investimento supera R$ 650 milhões, com recursos próprios do Governo do Estado do Paraná e financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em volume financeiro, a obra equivale a quase duas pontes de Guaratuba.
Atualmente, cerca de 550 vagões são descarregados por dia nos terminais de exportação. Com o Moegão, a operação será concentrada em um único ponto de descarga, permitindo o descarregamento de 180 vagões a cada cinco horas, o equivalente a aproximadamente 900 vagões por dia.
Os granéis vegetais seguirão por correias transportadoras até 11 terminais interligados ao sistema e, posteriormente, aos navios.
Regularização de áreas amplia infraestrutura
O ano de 2025 também foi marcado pela conclusão da regularização das áreas arrendáveis do Porto de Paranaguá. Ao todo, foram realizados nove leilões na Bolsa de Valores do Brasil, trazendo novos investimentos e maior segurança operacional.
Pelos contratos firmados, as arrendatárias assumiram a obrigação de investir tanto nos espaços outorgados quanto nas áreas comuns. A expectativa é que, nos próximos anos, a eficiência operacional seja ampliada, tornando os portos paranaenses ainda mais competitivos.
Entre as novidades previstas está a construção de um píer em “T”, com quatro novos berços de atracação equipados com sistemas de esteiras transportadoras de alta velocidade, projetados para o novo complexo.
Atualmente, cada berço permite o embarque de cerca de três mil toneladas por hora de soja, grãos ou farelos. Com a nova estrutura, esse volume passará para oito mil toneladas por hora em cada berço.








Comentários (0)
Comentários do Facebook