Petrobras tem a primeira refinaria do país certificada para produção de SAF

Certificação inicia nova etapa da estatal na produção de combustível sustentável de aviação

Petrobras tem a primeira refinaria do país certificada para produção de SAF
Ilustrativa

A Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, no Rio de Janeiro, tornou-se a primeira do Brasil certificada para produzir e comercializar combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) pela rota HEFA (Hydroprocessed Esters and Fat Acids) de coprocessamento — uma das tecnologias mais reconhecidas internacionalmente para a descarbonização do setor aéreo.

A estatal anunciou a conquista nesta quarta-feira (15).

A  certificação internacional ISCC CORSIA confirma que a produção segue padrões globais de sustentabilidade e rastreabilidade, garantindo a redução de emissões de gases de efeito estufa na aviação.

O processo foi iniciado após a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), obtida em maio deste ano, e concluído com a emissão do certificado pela ISCC em outubro.

O SAF pode substituir diretamente o querosene de aviação convencional sem necessidade de modificações nas aeronaves ou na infraestrutura de abastecimento, tornando-se uma alternativa prática e de rápida implementação para reduzir as emissões do setor aéreo.

Produção e metas de descarbonização

A Reduc possui autorização da ANP para incorporar até 1,2% de matéria-prima renovável na produção de SAF por coprocessamento.

A expectativa é que a produção comece nos próximos meses, com capacidade de comercializar até 50 mil m³ por mês (10 mil barris diários) do combustível.

O uso de matérias-primas de baixa intensidade de carbono e o teor de compostos renováveis no SAF atendem à meta de redução de 1% das emissões de gases de efeito estufa para a aviação doméstica a partir de 2027.

“A Petrobras dá mais um passo no caminho da transição energética justa ao oferecer ao mercado uma solução estratégica de baixo investimento e rápida implementação, contribuindo de forma efetiva para a descarbonização do setor aéreo. Concomitante a isso, estamos provando a importância dos investimentos em inovação e sustentabilidade no refino brasileiro”, afirmou William França, diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras.

Alinhamento com o mercado e o Combustível do Futuro

A antecipação da produção de SAF pela rota HEFA é estratégica, já que o uso obrigatório desse tipo de combustível em voos internacionais no Brasil começa em 2027, conforme previsto na Lei do Combustível do Futuro e no CORSIA, programa global da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para compensação e redução de carbono.

“O SAF produzido por coprocessamento é um produto competitivo que fortalece a transição energética justa no setor de aviação e coloca o Brasil na vanguarda das exigências do Combustível do Futuro. Ao atender rigorosos padrões internacionais, já demonstra, na prática, como a indústria nacional pode se antecipar às demandas globais e abrir caminho para uma aviação mais sustentável”, destacou Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras.

Recentemente, a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), também realizou testes para produção de SAF a partir do coprocessamento de óleo vegetal em mistura com correntes de petróleo, reforçando o avanço da estatal na rota dos combustíveis sustentáveis.