CNI pede cautela em resposta ao tarifaço dos EUA e prepara ofensiva em Washington
A entidade considera que não é o momento de aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica e aposta no diálogo para tentar reverter ou ao menos atenuar os impactos da medida.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu nesta sexta-feira (29) a manutenção da via diplomática e técnica como estratégia para enfrentar o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. A entidade considera que não é o momento de aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica e aposta no diálogo para tentar reverter ou ao menos atenuar os impactos da medida.
Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, a relação entre Brasil e EUA deve ser tratada com “prudência e firmeza”, de modo a preservar uma parceria histórica de mais de dois séculos.
“Nosso propósito é abrir caminhos para uma negociação que possa levar à reversão da taxa de 50% e/ou buscar obter mais rapidamente o aumento de exceções ao tarifaço sobre produtos brasileiros”, afirmou.
Na próxima semana, Alban liderará uma comitiva de mais de 100 líderes empresariais e representantes de associações industriais em Washington. A agenda inclui encontros bilaterais com empresários e autoridades norte-americanas, além de uma plenária para discutir os impactos da medida e traçar estratégias de aprofundamento da cooperação econômica.

A viagem também servirá como preparação para a audiência pública marcada para 3 de setembro, parte da investigação conduzida pelo governo dos EUA nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana. A CNI já apresentou manifestação formal contestando a decisão, argumentando que o Brasil não adota práticas discriminatórias ou restritivas ao comércio bilateral.
Alban ressaltou ainda que as economias brasileira e americana são complementares. Nos últimos dez anos, 58% da corrente de comércio entre os dois países foi composta por bens intermediários, fundamentais para as cadeias produtivas.
Com a estratégia em Washington, a indústria brasileira busca reduzir o impacto imediato do tarifaço e reforçar a importância da parceria econômica entre os dois maiores mercados do continente.







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