Commodities causam disparada do preço de terras agrícolas no Brasil

Segundo estudo da Scot Consultoria, o valor médio das terras agrícolas no Brasil mais que dobrou em cinco anos — salto de 113% entre 2019 e 2024 — chegando a uma média de R$ 31,6 mil por hectare. Nas áreas de pastagens, o crescimento foi ainda maior, de 116%.

Quando se comprara com outros investimentos, a escalada fica ainda mais evidente: para se ter ideia, nesse mesmo período, Ibovespa rendeu 25,9%, a poupança 28,7%, o dólar 47,3% e o CDI 48,8%.

Ou seja, investir em terras agrícolas superou muitos ativos tradicionais.

Valor por região

Em áreas emergentes, como Rondônia, as terras agrícolas valorizaram quase 300%, e em estados como Maranhão e Piauí teve alta acima de 200%.

A valorização das terras reflete o comportamento das commodities — café, soja, milho e boi gordo — que elevaram a demanda por imóveis rurais.

No caso do café, apesar da valorização recente, a cotação do tipo arábica recuou 15% na parcial de junho, e a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) prevê ajustes de baixa nos próximos meses, o que não deve arrefecer a procura por áreas de cultivo.

O valor bruto da produção cafeeira no Brasil em 2025 está estimado em R$ 126 bilhões, um salto de 58% em relação a 2024. A região Sudeste responde por cerca de 85,8% dessa cifra, com destaque para Minas Gerais (61,2%). 

Bebida que valoriza a terra

A valorização da cultura do café tem acelerado o preço das terras agrícolas em todo o Brasil. Em 2025, os valores das áreas dedicadas ao café ficaram em média R$ 58,5 mil o hectare — aumento de 3,2% em um ano e 32,7% em três.

Considerando a valorização geral do setor rural, os preços mais que dobraram nos últimos cinco anos. Isso faz da terra um dos investimentos mais rentáveis do agronegócio.

Nas Alturas

Um levantamento da S&P Global Commodity Insights, divulgado pelo jornal Valor Econômico, mostra que entre abril e junho de 2025, o preço médio das terras de café no Brasil subiu 3,21% em relação ao mesmo período de 2024, atingindo R$ 58,52 mil por hectare. 

No acumulado dos últimos três anos, a valorização média nacional chega a 32,7%.