Goiás intensifica controle de morcegos após casos de raiva em bovinos

Agrodefesa intensifica a captura de morcegos hematófagos em Goiás após mortes de bovinos por raiva. Ações buscam prevenir novos casos e proteger os rebanhos.

Goiás intensifica controle de morcegos após casos de raiva em bovinos
Ilustrativa

Após a confirmação das mortes de dois bovinos por raiva em Goiás neste ano, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) intensificou a captura e o controle de morcegos hematófagos para prevenir e conter a doença. Os animais se alimentam de sangue e costumam atacar mamíferos, como gado e equinos. 

As equipes identificam abrigos, fazem a captura e promovem orientação sanitária nas propriedades de foco e perifoco da doença. Uma das últimas ações ocorreu nos municípios de Jataí, Cachoeira Alta e Itajá, no Sudoeste goiano. No início do mês, outra frente foi realizada em Água Fria de Goiás. Segundo a Agrodefesa, mais de 20 abrigos de morcegos hematófagos estão cadastrados na região Sudoeste e tem sido monitoradas.

Durante as operações, fiscais estaduais agropecuários fazem a captura dos animais e aplicam a pasta vampiricida, à base de substância anticoagulante, que provoca a morte dos morcegos. O método é recomendado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, conforme a Agrodefesa, segue normas ambientais. 

“É necessário ressaltar que isso é feito para poder realizar o controle populacional, evitando, assim, a exposição de rebanhos e da população ao vírus da raiva mediante a transmissão pelos morcegos hematófagos. O controle é uma das principais estratégias para evitar a disseminação da doença em Goiás”, explicou o fiscal estadual agropecuário, Fábio Leal, em nota.

Os locais de captura são definidos a partir de notificações de espoliação e de fiscalizações. Abrigos com presença de morcegos hematófagos são cadastrados e monitorados periodicamente para verificar a evolução das colônias e a possível circulação do vírus. 

As atividades integram o Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH). “A cada inspeção que realizamos é feito ainda o trabalho de reforço com os produtores em relação à importância de reconhecer os sinais clínicos da raiva e notificar imediatamente qualquer suspeita da doença ou localização de abrigos”, acrescentou Fábio.

O coordenador da Unidade Regional Alto Araguaia, Sávio Carrijo, destaca o caráter preventivo das ações. “A raiva dos herbívoros não tem cura. Quando o produtor comunica a presença de abrigos e notifica sobre possíveis sinais clínicos no rebanho, está colaborando diretamente para preservar a pecuária local e proteger a população”, ressaltou.

A raiva dos herbívoros é doença viral transmitida principalmente por mordidas. Em bovinos e outros herbívoros, os sinais mais comuns incluem:

Dificuldade de locomoção e paralisia,
Salivação excessiva,
Mudança de comportamento.