Safra de grãos 2024/25 recorde alcança 345 milhões de toneladas

O cenário agrícola brasileiro para a safra 2024/25 se desenha com números impressionantes, consolidando o país como potência agroalimentar global. A produção brasileira de grãos deve atingir a marca de 345.23 milhões de toneladas, um feito inédito na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este volume não apenas supera a safra recorde anterior de 2022/23, que totalizou 320.91 milhões de toneladas, mas também representa um salto significativo de 16% em comparação com a safra passada 2023/24, um acréscimo de 47.7 milhões de toneladas. Um mês após a divulgação anterior, o 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado em 14 de setembro, revisou para cima a projeção em 1.60%, adicionando 5.59 milhões de toneladas.

Recorde impulsionado por área e produtividade

Este desempenho excepcional é resultado de uma combinação de fatores positivos. A área cultivada no Brasil expandiu 2.50%, atingindo 81.9 milhões de hectares. Contudo, o grande motor deste recorde é a recuperação notável da produtividade média nacional. Os campos brasileiros passaram de 3.722 quilos por hectare na temporada 2023/24 para 4.214 quilos por hectare na atual safra 2024/25, demonstrando a eficiência crescente dos nossos agricultores e a adoção de tecnologias de ponta.

Milho e soja lideram o avanço produtivo

O protagonismo na produção de grãos recai sobre o milho e a soja, que juntos respondem por aproximadamente 43.4 milhões de toneladas do crescimento total. O milho, em particular, projeta uma colheita recorde de 137.01 milhões de toneladas, um aumento de 18.60% em relação ao ano anterior. A segunda safra do milho é a grande estrela, com estimativa de 109.57 milhões de toneladas, um crescimento expressivo de 21.70% sobre 2023/24. A colheita da segunda safra do milho já alcançou 83.70% da área plantada, aproximando-se da média dos últimos anos (84.30%). Mato Grosso, o gigante do cereal, contribui significativamente, com uma produção estimada de 53.55 milhões de toneladas, representando 49% da produção nacional da segunda safra.

Soja consolida sua posição de destaque

A soja não fica atrás, com uma produção estimada de 169.66 milhões de toneladas, um crescimento de 14.80% sobre a safra anterior. Este resultado é atribuído aos investimentos dos produtores, impulsionados pelo Plano Safra, e às condições climáticas favoráveis na maioria das regiões produtoras. O aumento na área plantada e a consolidação de boas práticas agrícolas garantem o sucesso da oleaginosa, essencial para a balança comercial brasileira.

Algodão e arroz apresentam resultados fortes

O algodão, outra cultura relevante na segunda safra, também sinaliza um novo recorde de produção, com 3.93 milhões de toneladas da pluma, um aumento de 6.30% em relação a 2023/24. Este crescimento é impulsionado pela boa produtividade das lavouras e pela expansão de 7.30% na área plantada. A colheita, embora com ritmo um pouco mais lento devido a chuvas fora de época em junho e julho, tem expectativa de normalização em setembro, convergindo para as médias históricas. O arroz também exibe um desempenho positivo, com uma projeção de 12.32 milhões de toneladas, um aumento de 16.50% em relação à safra anterior. Essa alta se deve à expansão de 8.80% na área plantada e às condições climáticas favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul.

Feijão e trigo: Desafios e resiliência

Em contrapartida, o feijão apresenta uma estimativa de queda de 3.50% na produção, totalizando 3.09 milhões de toneladas nas três safras. Condições climáticas desfavoráveis no Paraná afetaram a qualidade e o rendimento, e uma redução na terceira safra também é esperada. No caso do trigo, apesar de uma queda de 16.70% na área plantada, a produção é estimada em 7.81 milhões de toneladas, muito próxima da safra anterior. As condições climáticas mais favoráveis até agora justificam a manutenção do volume colhido. Para o produtor, isso significa adaptar estratégias de cultivo e manejo, considerando as particularidades de cada safra e região.

• Acompanhar as previsões meteorológicas para planejar o plantio e a colheita.
• Investir em sementes de alta qualidade e resistentes a pragas e doenças.
• Adotar técnicas de manejo que otimizem o uso da água e dos nutrientes do solo.
• Buscar informações e orientações técnicas de instituições como a Embrapa e órgãos de pesquisa.
• Monitorar o mercado para tomar as melhores decisões de comercialização.

O 11º Levantamento da Safra de Grãos da Conab pinta um quadro de otimismo para o agronegócio brasileiro, com destaque para a soja e o milho, que impulsionam um recorde histórico. Este cenário reforça a capacidade do Brasil em atender à demanda global por alimentos e matérias-primas, consolidando a importância do setor para a economia nacional e a segurança alimentar mundial. A resiliência dos produtores e a adoção de novas tecnologias são pilares fundamentais para a sustentabilidade e o crescimento contínuo da nossa agricultura, garantindo que o campo brasileiro continue a prosperar.

AGRONEWS