Mercado do leite avança, mas cenário futuro pede cautela
O setor leiteiro brasileiro teve forte crescimento no 1º semestre de 2025, mas aumento das importações e consumo estagnado podem pressionar preços no fim do ano.
O setor leiteiro brasileiro viveu um primeiro semestre de 2025 com resultados considerados positivos, conforme avaliação do Diretor de Fomento de Leite da Copérdia, Flávio Durante. Em entrevista, Durante destacou que, de janeiro a julho, a produção nacional apresentou um crescimento expressivo em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionada por preços melhores, custos controlados e condições climáticas extremamente favoráveis.
“Tivemos um primeiro semestre bastante animador. O preço médio do leite foi superior ao de 2024 e os custos de produção ficaram relativamente estáveis, até com uma leve tendência de queda. Esse equilíbrio foi essencial para garantir maior rentabilidade ao produtor”, afirmou Flávio Durante.

Segundo ele, o clima se mostrou como um dos grandes aliados do campo neste ano. A abundância e qualidade das forragens, tanto para o pastejo quanto para a estocagem, criaram um ambiente ideal para o aumento da produtividade. Em Santa Catarina, estado com forte vocação leiteira, o crescimento da produção acompanhou o ritmo nacional.
“Esse ritmo de crescimento que vimos até agora não era registrado há anos. Foi um dos primeiros semestres mais promissores para a cadeia leiteira brasileira”, avaliou Durante.
Segundo semestre: o cenário muda
Apesar do bom desempenho até julho, as perspectivas para os últimos meses de 2025 são desafiadoras. As projeções indicam uma possível queda nos preços pagos ao produtor e nos derivados para o consumidor. O motivo principal seria a combinação de fatores como o aumento das importações, a manutenção de uma produção interna em alta e o consumo estagnado.
“Estamos entrando em um período de maior oferta interna, com a produção ainda em crescimento até setembro ou outubro, por conta da safra. Ao mesmo tempo, há um volume significativo de importações, especialmente de leite em pó e queijos vindos da Argentina. Tudo isso pressiona os preços e eleva os estoques das indústrias”, explicou o diretor da Copérdia.
Apesar disso, Durante acredita que a remuneração geral do ano para o produtor deve se manter em patamar satisfatório, principalmente considerando os resultados positivos do primeiro semestre.
Transformações e oportunidades
O diretor destacou ainda que o setor leiteiro brasileiro vive um momento de transformação, com a produção cada vez mais concentrada e exigente em termos de profissionalização. Para manter a viabilidade da atividade, é necessário investir em produtividade, qualidade do leite, eficiência e gestão.
“Estamos diante de um novo perfil de produção, que exige muito mais do produtor. Quem quiser continuar na atividade precisa estar preparado para operar com excelência”, alertou.
As informações são da Rádio Rural.







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