Soja e milho Anec projeta embarques de agosto

O embarque de soja continua forte, com projeções otimistas.

Soja e milho Anec projeta embarques de agosto
Ilustrativa

A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais, conhecida como Anec, divulgou suas projeções para o mês de agosto, e as notícias são animadoras para o agronegócio brasileiro. As estimativas indicam que o volume de embarque de soja em grão deve ficar entre 7,80 milhões e 8,50 milhões de toneladas, com uma média esperada de 8,15 milhões de toneladas. Embora esse número represente uma queda de 32,4% em comparação com os expressivos 12,02 milhões de toneladas de julho, ele ainda se mantém 2,2% acima do registrado em agosto do ano passado, que foi de 7,98 milhões de toneladas. Essa variação reflete um padrão natural na comercialização da oleaginosa ao longo do ano.

O Cenário da Soja em Agosto

Tradicionalmente, a partir de agosto, o fluxo de exportação de soja começa a desacelerar. Isso acontece para dar espaço ao escoamento da safra de milho, especialmente a segunda safra, conhecida como safrinha. Até o final de julho, o Brasil já havia exportado cerca de 80 milhões de toneladas de soja, mantendo o país na rota para atingir a meta recorde de 110 milhões de toneladas em 2025. A importância do embarque de soja para a balança comercial é inegável, impulsionando a economia e fortalecendo a posição do Brasil no mercado internacional.

Milho Ganha Espaço nas Exportações

Enquanto a soja segue seu curso, o milho se prepara para ganhar destaque. A Anec estima que os embarques de milho em agosto fiquem entre 7,16 milhões e 8 milhões de toneladas, com uma média de 7,58 milhões de toneladas. Caso essas projeções se confirmem, teremos um crescimento notável de 61% em relação aos 4,71 milhões de toneladas exportadas em agosto do ano passado. Este aumento sinaliza o início da janela de exportação para o milho safrinha, que tem apresentado excelentes resultados.

A colheita da segunda safra de milho, que é crucial para esses números, avançou para 75,2% até a primeira semana de agosto. Apesar de um ritmo um pouco inferior ao do ano passado, é importante notar que países importadores tradicionais, como Egito, Vietnã, Irã, Coreia do Sul e Japão, tendem a intensificar suas compras neste período. Eles buscam aproveitar a maior oferta e os preços mais competitivos do milho brasileiro, o que beneficia diretamente o produtor.

O Desempenho do Farelo de Soja

No que diz respeito ao farelo de soja, um subproduto valioso da oleaginosa, a expectativa para agosto é de 1,74 milhão de toneladas. Esse volume representa uma queda de 18,6% em comparação com as 2,13 milhões de toneladas embarcadas em julho. Além disso, o número é inferior às 2,10 milhões de toneladas exportadas em agosto de 2024, o que pode indicar uma menor demanda global por este derivado da soja neste momento.

Logística e Portos em Movimento

Para entender a dinâmica do embarque de soja e milho, é essencial observar a movimentação nos portos. Na primeira semana de agosto, o line-up de embarques previa 2,68 milhões de toneladas de soja, com destaque para os portos de Santos, São Luís/Itaqui, Paranaguá e Vitória. O milho também mostrava uma forte presença, com 1,71 milhão de toneladas programadas, sendo Santarém, Barcarena e São Luís/Itaqui os principais pontos de saída.

Os volumes de farelo de soja programados para a semana somaram 399 mil toneladas, com Santos, Aratu/Cotegipe e Barcarena respondendo pelas maiores fatias. Comparando com a semana anterior, os embarques totais de soja, milho e farelo demonstram a vitalidade do agronegócio brasileiro. Essa logística complexa, que envolve a distribuição dos grãos do campo até os navios, é fundamental para garantir o sucesso das exportações.

Perspectivas e Dados da Safra

Estudos recentes, como os da Agroconsult, estimam a safra brasileira de milho 2024/25 em impressionantes 150 milhões de toneladas. Grande parte desse volume, mais de 123 milhões de toneladas, é proveniente da segunda safra. Esse desempenho robusto justifica a projeção de exportação de 45 milhões de toneladas para o cereal, com a maior parte esperada para o segundo semestre. Esses números ressaltam a capacidade de produção do Brasil e sua importância para a segurança alimentar global.

No acumulado de janeiro a agosto, considerando as projeções para o mês atual, o Brasil deve alcançar a marca de 87,91 milhões de toneladas de soja exportadas, 15,09 milhões de toneladas de farelo de soja e 17,21 milhões de toneladas de milho. O volume total de produtos exportados, incluindo trigo, pode chegar a 121,68 milhões de toneladas nesse período, representando um crescimento expressivo em relação ao mesmo período de 2024.

Um Setor em Constante Evolução

É importante lembrar que as projeções de embarque podem sofrer alterações. Fatores como condições específicas de cada porto, eventos climáticos e desafios logísticos podem influenciar os volumes finais. No entanto, a tendência geral aponta para um segundo semestre forte, com a expectativa de exportar mais 22 milhões de toneladas de soja entre setembro e dezembro. Isso consolidaria a projeção recorde de 110 milhões de toneladas para 2025.

O agronegócio brasileiro demonstra sua resiliência e capacidade de adaptação, gerenciando a sazonalidade entre a soja e o milho de forma eficiente. As projeções da Anec para o embarque de soja e milho em agosto sinalizam um mês de transição importante, mas que reafirma a força do Brasil como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Cada grão que sai dos portos brasileiros representa o trabalho árduo de milhares de produtores e a tecnologia que impulsiona nosso campo.

AGRONEWS