Sojicultores dos EUA pressionam Trump a priorizar negociações com a China

A Associação Americana de Soja (ASA, na sigla em inglês) pediu ao presidente Donald Trump que coloque a soja no centro das negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Em carta enviada nesta quarta-feira (20) à Casa Branca, a entidade alertou que as tarifas retaliatórias impostas por Pequim estão inviabilizando o acesso dos produtores americanos ao seu maior mercado de exportação justamente na safra de 2025.

O grupo solicitou a remoção imediata das tarifas chinesas sobre a soja americana, além de compromissos de compras futuras, e publicou um white paper detalhando as perdas financeiras e os riscos de uma queda prolongada da participação dos EUA no mercado chinês.

“Os produtores de soja dos EUA estão à beira de um precipício comercial e financeiro”, afirmou o presidente da ASA, Caleb Ragland, agricultor de Kentucky. “Os preços continuam caindo enquanto nossos custos de insumos e equipamentos disparam. Os produtores não podem sobreviver a uma disputa comercial prolongada com nosso maior cliente.”

A China tradicionalmente responde por mais de 60% das importações globais de soja, tendo os Estados Unidos como um de seus principais fornecedores. No entanto, com as tarifas de retaliação, o grão americano se tornou 20% mais caro que o sul-americano, abrindo espaço para que o Brasil expandisse a produção e assumisse maior protagonismo nas vendas ao país asiático.

“Cada dia sem um acordo corrói ainda mais a participação de mercado dos agricultores americanos na China”, disse Ragland. “Instamos veementemente o governo a garantir um acordo que reabra este mercado vital para a soja americana.”

O apelo ocorre em meio a uma escalada nas tensões comerciais entre Washington e Pequim, que afetam diretamente a competitividade da soja dos EUA e ampliam a vantagem dos exportadores sul-americanos, especialmente o Brasil.

Com informações da ASA