Como definir o sistema de ordenha certo para sua propriedade?

Cada sistema de ordenha oferece vantagens e limitações. Entenda como definir a melhor opção para seu rebanho, considerando investimento, mão de obra e tecnologia.

Como definir o sistema de ordenha certo para sua propriedade?
Ilustrativa

A ordenha é uma das etapas mais importantes da produção leiteira, pois influencia diretamente a qualidade do leite e a saúde do rebanho. A escolha do sistema adequado depende do tamanho da propriedade, do número de vacas em lactação e do nível de investimento em tecnologia que o produtor está disposto a fazer.

Ordenha manual

De acordo com a Embrapa Gado de Leite, a ordenha manual é o método mais antigo e ainda bastante utilizado em pequenas propriedades. Esse sistema dispensa equipamentos, mas exige atenção à higiene.

A instituição ressalta que, embora seja viável em rebanhos reduzidos, a técnica demanda mais tempo e aumenta o risco de contaminação microbiana.

Ordenha mecânica balde ao pé

Nesse sistema, a extração do leite é feita por ordenhadeiras mecânicas ligadas diretamente à vaca, mas o produto é coletado em baldes individuais. É indicado para propriedades em transição entre o manejo manual e o mecanizado.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), publicada na Revista Brasileira de Zootecnia, mostra que o sistema de ordenha mecânica balde ao pé reduz a necessidade de mão de obra e melhora a padronização da ordenha, embora ainda exija transporte do leite para a sala de resfriamento, aumentando a possibilidade de contaminações no percurso.

 

Ordenha canalizada

Muito utilizada em propriedades médias e grandes, a ordenha canalizada envia o leite diretamente para um tanque de refrigeração por meio de tubulações. Esse sistema reduz etapas de manipulação, permitindo um controle mais eficiente da higiene e preservação da qualidade do produto.

Quando bem instalada e higienizada, a ordenha canalizada pode reduzir significativamente a contagem bacteriana total (CBT) do leite, contribuindo para o cumprimento dos padrões de qualidade exigidos pela indústria.

 

Ordenha em sala de ordenha (tipo espinha de peixe, tandem ou rotatória)

A ordenha em sala de ordenha é utilizada em propriedades de médio a grande porte, com instalações projetadas para otimizar o fluxo de animais e a eficiência da operação. Entre os modelos, o espinha de peixe é o mais comum no Brasil; o tandem permite manejo individualizado em baias alinhadas; e a rotatória ou carrossel é indicada para grandes rebanhos, integrando sistemas automáticos de medição de leite e identificação de animais.

 

Como escolher o melhor sistema?

Segundo a Embrapa Gado de Leite, não existe um tipo de ordenha ideal para todas as propriedades, e a escolha do sistema deve considerar fatores como o número de vacas em lactação, a disponibilidade de mão de obra, a capacidade de investimento em tecnologia, o nível de exigência da indústria compradora e a infraestrutura já existente na fazenda.

Independentemente do sistema escolhido, a garantia da qualidade do leite depende principalmente da higiene, da manutenção adequada dos equipamentos e do treinamento correto dos ordenhadores.

As informações são do Globo Rural.