Suinocultura brasileira celebra recorde de exportações
As exportações batem recorde em setembro, mostrando a força e a resiliência do agronegócio nacional
Setembro de 2025 ficará marcado na história da suinocultura brasileira. O setor atingiu um patamar inédito no mercado internacional, consolidando o Brasil como um dos gigantes globais na produção de proteína animal. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), revelam que o país exportou um volume impressionante de 150 mil toneladas de carne suína no mês.
Este número não é apenas um aumento expressivo em relação aos meses anteriores, mas o maior volume já registrado desde o início da série histórica, em 1997. O resultado é fruto de uma estratégia bem-sucedida de diversificação de mercados, que hoje tem as Filipinas como protagonista, e de um esforço contínuo de toda a cadeia produtiva.
Um marco histórico para o setor de suínos
Os números falam por si e merecem ser celebrados. As 150 mil toneladas de carne suína embarcadas representam um crescimento de 25% em comparação com agosto e um salto de 26% sobre o mesmo período do ano anterior. Para o produtor rural, que lida diariamente com os desafios de custos, sanidade e logística, essa é uma notícia que traz otimismo e segurança.
Um volume tão expressivo de vendas para o exterior ajuda a regular o mercado interno, sustenta os preços e recompensa os investimentos em tecnologia e boas práticas de produção. Esse desempenho demonstra a capacidade do Brasil de atender a uma demanda global crescente com um produto de alta qualidade e competitivo, reforçando a importância do agronegócio para a balança comercial do país.
Filipinas se consolida como o principal parceiro
Um dos pontos mais importantes dessa nova fase da suinocultura brasileira é a mudança no perfil dos nossos principais compradores. Enquanto por muito tempo a China foi o destino principal, desde fevereiro deste ano, as Filipinas assumiram a liderança com folga.
Em setembro, o país asiático foi destino de 49 mil toneladas de carne suína brasileira, o que corresponde a quase um terço (32,7%) de tudo o que o Brasil exportou. Esse volume representa um aumento de 46,5% em relação ao mês anterior e de impressionantes 74% no comparativo anual. A forte demanda filipina, somada a outros mercados em crescimento, mais do que compensa a redução gradual dos embarques para a China, mostrando que a estratégia de não depender de um único cliente foi acertada e está gerando resultados sólidos.
A estratégia por trás do sucesso das exportações
O fato de que as exportações batem recorde em setembro não é um acaso. É o resultado de um trabalho planejado e executado com muita dedicação por entidades que representam o setor. A abertura e a consolidação de novos mercados exigem um esforço contínuo que vai muito além da produção dentro da porteira. Pesquisadores do Cepea destacam exatamente isso em sua análise.

Esse cenário é fruto de um trabalho que vem sendo realizado com afinco por parte de instituições representativas do setor suinícola nacional, que vem conquistando novos mercados e garantindo outros.
Esse trabalho envolve uma série de ações coordenadas, como:
- Negociações diplomáticas e sanitárias para derrubar barreiras comerciais.
- Participação em feiras internacionais para promover a carne suína brasileira.
- Campanhas de marketing para valorizar a qualidade e a sustentabilidade da nossa produção.
- Adaptação dos cortes e produtos para atender às preferências de cada novo mercado.
Por que as exportações batem recorde em setembro?
Diversos fatores se combinaram para criar o cenário perfeito para este recorde. O Brasil possui um status sanitário privilegiado, sendo livre de doenças como a Peste Suína Africana (PSA), que ainda afeta rebanhos em várias partes do mundo, especialmente na Ásia. Essa condição, atestada por órgãos como o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), nos confere uma vantagem competitiva crucial. Além disso, a eficiência da produção nacional, apoiada por pesquisas de instituições como a Embrapa, garante um produto de alta qualidade a um custo competitivo. A desvalorização cambial também torna o produto brasileiro mais atraente no mercado internacional. Essa combinação de sanidade, eficiência e conjuntura econômica favorável permitiu que o Brasil aproveitasse as oportunidades e ampliasse sua participação global, culminando neste momento em que as exportações batem recorde em setembro.
O futuro é promissor, mas exige atenção
Olhando para frente, a tendência é positiva. A consolidação da presença em mercados como as Filipinas e a contínua busca por novos parceiros comerciais indicam que a demanda pela carne suína brasileira deve se manter aquecida. O recorde de setembro pode não ser um evento isolado, mas sim um novo patamar de operação para o setor. No entanto, é fundamental manter a vigilância sanitária, continuar investindo em tecnologia e sustentabilidade e aprimorar a logística de escoamento da produção. Os desafios são constantes, mas a competência demonstrada pela suinocultura brasileira mostra que estamos no caminho certo para garantir um crescimento sólido e duradouro nos próximos anos. A notícia de que as exportações batem recorde em setembro é um impulso para toda a cadeia.
O sucesso alcançado em setembro é um reflexo do empenho de cada produtor, técnico, funcionário de frigorífico e profissional envolvido na cadeia da suinocultura. A diversificação de mercados, liderada pela forte demanda das Filipinas, prova que o Brasil soube se reinventar e reduzir sua dependência de um único comprador. Este recorde histórico não é apenas um número na balança comercial; é a prova viva da força, qualidade e resiliência do agronegócio brasileiro, que continua a alimentar o Brasil e o mundo com excelência. Os resultados mostram que o caminho da cooperação e do planejamento estratégico é o que garantirá um futuro ainda mais próspero para o setor.
AGRONEWS







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