China pode endurecer regras de importação de carne bovina

O governo chinês comunicou às principais empresas importadoras de carne bovina do país uma série de medidas para mudar as regras de entrada do alimento no país.

China pode endurecer regras de importação de carne bovina
Ilustrativa

O governo chinês comunicou às principais empresas importadoras de carne bovina do país uma série de medidas para mudar as regras de entrada do alimento no país. O anúncio oficial deve ocorrer no dia 26 de novembro. O objetivo é proteger a produção interna e diminuir o avanço das importações, que estariam causando impacto grave para os pecuaristas chineses. A orientação é que haja proteção ao segmento nacional. Quatro mudanças devem alterar de forma significativa o fluxo de comércio:

Controles alfandegários mais rigorosos e frequentes
A inspeção de cargas de carne bovina importada será intensificada, o que tende a gerar maior burocracia, aumento no tempo de desembaraço e maior custo logístico às importadoras.

Estabelecimento de quotas para todos os bens importados
A China planeja definir limites formais para as compras externas de carne bovina — um mecanismo que deve restringir o volume disponível e favorecer o produto doméstico.

Suspensão da autorização de mais instalações exportadoras
Um número maior de plantas, especialmente aquelas com muitos armazéns frigoríficos, deve perder autorização para embarcar carne ao mercado chinês, reduzindo a lista de habilitadas.

Restrição severa ao crédito para importadores
O acesso a financiamentos será limitado, condicionando a capacidade de compra das empresas e reduzindo o ritmo das importações.

As medidas valem tanto para o Brasil quanto outros fornecedores globais. Os especialistas avaliam que as novas regras podem reduzir o volume de importação ao longo de 2026, pressionando preços internacionais e exigindo maior diversificação de mercados por parte dos exportadores. A decisão também ocorre em um momento de preocupação do setor exportador brasileiro, já que a China segue como o maior comprador da proteína brasileira. Um eventual desaquecimento do gigante asiático pode alterar o equilíbrio global da oferta e demanda, abrindo espaço para maior volatilidade nos preços e exigindo atenção redobrada dos frigoríficos e pecuaristas.