Ferrugem asiática da soja é registrada em lavouras de São Paulo e Paraná na safra 2024/25
Doença pode provocar até 80% de perdas na produção de soja
O Consórcio Antiferrugem confirmou, nesta semana, os primeiros casos de ferrugem asiática da soja na safra 2024/25 também no Estado de São Paulo.
Depois do Paraná, As ocorrências foram identificadas em Itaberá (SP), por técnicos da Sipcan Agro, e em Itapetininga (SP), pela empresa G12 Agro, segundo informações da Embrapa Soja.
De acordo com Claudia Godoy, fitopatologista da Embrapa, a ferrugem asiática costuma surgir entre o final de novembro e o início de dezembro, confirmando o padrão observado em safras anteriores.
Os primeiros registros geralmente ocorrem em São Paulo, no oeste do Paraná e em áreas com semeadura tardia.
“Semear cedo continua sendo a estratégia mais eficaz para reduzir os riscos da ferrugem”, ressalta a pesquisadora.
Dados da Conab apontam que cerca de 90% da área de soja no Brasil já foi plantada.
Atualmente, há lavouras em diversos estágios de desenvolvimento, desde plantas em germinação até o estágio R4, quando 75% das vagens já estão formadas.
Esse estágio é considerado crucial para o manejo, incluindo a aplicação de fungicidas para controle de doenças.
Impacto da ferrugem
Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem asiática é uma das doenças mais destrutivas da cultura da soja, com potencial de causar perdas de até 80% em casos severos.
A ferrugem asiática é um dos piores pesadelos dos sojicultores
Causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, a ferrugem surgiu no Brasil pela primeira vez na safra 2001/2002.
Naquele período, atingiu mais da metade das lavouras de soja do Paraná e resultou na perda de mais de 560 mil toneladas de grãos de soja, um prejuízo de US$125,513 milhões.
Nos últimos anos, a resistência do fungo aos fungicidas tem desafiado o controle da doença.
Para a safra atual, Godoy recomenda a rotação entre fungicidas como Tebuconazol (triazois) e Protioconazol (triazolintionas), associados a multissítios, para alcançar uma eficiência de até 70%.
“Essa é a melhor eficácia que conseguimos, embora ainda não seja ideal para combater a ferrugem”, explica.
O controle efetivo exige monitoramento constante das lavouras.
“Quando as condições climáticas favorecem o desenvolvimento da soja, elas também são propícias para a proliferação de doenças, incluindo a ferrugem”, alerta a fitopatologista.
A adoção de boas práticas agrícolas e a aplicação correta de fungicidas são fundamentais para minimizar os danos e garantir a produtividade.
Por redação | Agrofy News