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Agronegócio

Milho: Brasil receberá 180 mil toneladas importadas nos próximos dias

Segundo a Datagro, a escassez deve aumentar as importações e reduzir as exportações do cereal, assim como os estoques de passagem

O Brasil importou 1,372 milhão de toneladas de milho em 2020. No acumulado de janeiro a maio deste ano, o país já comprou cerca de 800 mil toneladas, o que indica uma demanda mais aquecida.

Nos próximos dias, o Porto de Paranaguá, no Paraná, deve receber 150 mil toneladas do cereal. Segundo a administração do porto, a carga foi importada da Argentina pela Cargill, que preferiu não comentar a negociação.

Já em Santa Catarina, o Porto de Imbituba deve receber nesta sexta-feira, 11, um navio vindo também da Argentina, que vai descarregar 30,8 mil toneladas de milho.

Importação de milho devem avançar
O chefe do departamento de Grãos da Datagro, Flávio França, afirma que o cenário de escassez de milho no mercado brasileiro vem se desenhando desde o fim do ano passado. O atraso no ciclo da soja fez com que 40% da segunda safra fosse cultivada fora da janela ideal, o que exigiria chuva regular em abril e maio, o que não é normal e não aconteceu.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra 2020/21 do cereal será 6% menor do que a anterior. França vê o corte promovido pela entidade como muito forte, mas diz que números mais precisos devem ser divulgados conforme a colheita avança.

A consequência direta da produção menor é clara aumento da importação e corte nos estoques de passagem e nas exportações.

“É um ano bem difícil para o consumidor, diante dos preços elevados. Isso acontece num momento de alta de preços no mercado internacional, por conta dos recentes problemas na safra americana”, diz.

Dessa forma, ele vê um cenário de preços firmes até o ano que vem. “Nos últimos dias, tivemos um preço um pouco mais fraco por conta das primeiras notícias da colheita. É natural que, mesmo com safra menor, a entrada física provoque alguma pressão. Mas isso não deve durar muito”, pontua.

Para normalizar o abastecimento interno, França afirma que o Brasil precisará ter uma safra de verão cheia e uma segunda safra também.

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