Tarifa de 50 porcento dos EUA ameaça R$ 2,9 bilhões da cadeia citrícola brasileira
A CitrusBR calcula que somente os subprodutos atingidos pela sobretaxa — usados por indústrias de bebidas, alimentos e cosméticos — representam um prejuízo potencial de R$ 1,54 bilhão.
A imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre subprodutos do suco de laranja brasileiro, como células cítricas e óleos essenciais, pode gerar perdas superiores a R$ 2,9 bilhões para o setor, segundo estimativa da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Embora o suco in natura esteja fora da lista, o impacto sobre itens processados é imediato e ameaça comprometer a competitividade da produção nacional.
A CitrusBR calcula que somente os subprodutos atingidos pela sobretaxa — usados por indústrias de bebidas, alimentos e cosméticos — representam um prejuízo potencial de R$ 1,54 bilhão. Outros fatores agravam o cenário: a tarifa de 10% já aplicada ao suco de laranja, que pode gerar impacto adicional de R$ 566,7 milhões, e a queda nos preços internacionais, que reduziu em R$ 1,43 bilhão a receita das exportações.

O efeito da queda de preços é explicado pelo aumento de 36% na produção de laranja nesta safra, conforme dados do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). O preço médio da tonelada exportada para os EUA recuou 20,17% no último ano.
Os Estados Unidos são um dos principais compradores de subprodutos brasileiros da citricultura: 36% do óleo prensado, 39% do óleo comum e quase 60% do d-limoneno têm como destino o mercado americano. “Essa medida pode prejudicar também empresas americanas que dependem desses insumos, criando um efeito em cadeia negativo para toda a cadeia produtiva”, afirma o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Representantes do setor alertam que, sem alternativas de mercado e com o impacto imediato sobre as exportações, produtores e indústrias brasileiras terão de lidar com estoques elevados, redução de margens e riscos à sustentabilidade econômica da atividade. O governo brasileiro estuda medidas para tentar reverter ou mitigar as tarifas, mas o cenário, por ora, é de incerteza para um dos segmentos mais tradicionais do agronegócio nacional.







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