China habilita 183 empresas brasileiras de café em resposta ao tarifaço
Mudança na rota comercial reafirma o alinhamento entre Brasil e China, principalmente no setor agropecuário
A China aprovou 183 novas empresas brasileiras para exportar café por cinco anos, exatamente na mesma data em que os EUA impuseram tarifa de 50% ao café nacional.
Isso representa uma abertura comercial fundamental num momento de incerteza no mercado internacional — e reforça a estratégia do setor cafeeiro brasileiro de buscar novas rotas de exportação, especialmente por meio de acordos vultosos com grandes redes chinesas.
Com o “tarifaço” americano, que entra em vigor em 6 de agosto, o café brasileiro ficará mais caro nos EUA — que normalmente absorvem cerca de um terço das exportações brasileiras, em um volume estimado em US$ 4,4 bilhões nos últimos 12 meses. Essa alteração abrupta pressiona exportadores a buscarem destinos alternativos.

Em junho de 2025, o Brasil exportou cerca de 440 mil sacas de 60 kg de café para os EUA, quase oito vezes mais do que as quase 56 mil sacas enviadas à China no mesmo período. Apesar disso, a China vem acelerando seu consumo — ainda baixo, em torno de 16 xícaras por pessoa ao ano, contra uma média global de 240 xícaras.
Essa ampliação de habilitações ocorre em um momento de expansão: em junho de 2024, o governo brasileiro assinou um acordo com a rede chinesa Luckin Coffee, prevendo a compra de 120.000 toneladas de café (equivalente a US$ 500 milhões) até o fim daquele ano.
Depois, entre 2025 e 2029, outro contrato prevê a entrega de até 240.000 toneladas, gerando aproximadamente US$ 2,5 bilhões em exportações
Com o mercado americano mais restrito, a China surge como uma saída estratégica. Analistas apontam que exportadores precisarão rever logística, embalagens e estratégias de precificação para conseguir atender ao novo destino.
A China já é o maior parceiro comercial brasileiro e agora amplia a presença do café nacional em sua cesta de importações.







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