Aprosoja MT alerta Mapa sobre impacto da falta de chuvas na safra 2025/26 e pede revisão das estimativas oficiais
A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja MT) enviou nesta sexta-feira (7) um ofício ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) manifestando preocupação com os efeitos da estiagem sobre a safra 2025/26.
A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja MT) enviou nesta sexta-feira (7) um ofício ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) manifestando preocupação com os efeitos da estiagem sobre a safra 2025/26. No documento, a entidade destaca que a falta de chuvas já provocou perdas nas lavouras e obrigou produtores a realizar o replantio em diversas regiões do estado.
A associação solicita que o Mapa e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisem as estimativas oficiais de produção, de modo a refletir com maior precisão o atual cenário climático e produtivo. O ofício também alerta para a necessidade de uma comunicação institucional mais alinhada à realidade vivida no campo.
Com base em dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a Aprosoja MT aponta um desvio negativo de precipitação acumulado entre setembro e outubro de 2025, inferior à média histórica registrada nos últimos 26 anos. O levantamento indica ainda desaceleração no ritmo de plantio, que já está abaixo da média dos últimos cinco anos.
Segundo o documento, o início do plantio em condições climáticas adversas comprometeu a germinação e o desenvolvimento das lavouras, provocando falhas de estande, crescimento lento e risco elevado de replantio.
O vice-presidente da Aprosoja MT, Luiz Pedro Bier, que atua na região leste do estado, afirmou que as chuvas irregulares prejudicaram o andamento da safra e levaram muitos produtores a refazer áreas já plantadas.
“A deficiência hídrica é notória, ainda não é possível contabilizar os prejuízos financeiros, mas sabemos que teremos algum prejuízo. É uma situação atípica para o começo de novembro, com índice pluviométrico extremamente baixo”, avaliou.
Na mesma região, o conselheiro consultivo da Aprosoja MT, Endrigo Dalcin, relatou perda de cerca de 10% da área plantada.
“O replantio das primeiras sojas ainda está sendo avaliado, mas comprometerá a janela ideal para o milho safrinha. É uma decisão difícil entre replantar ou aceitar menor produtividade”, disse.
No norte do estado, o produtor Adalberto Grando, delegado do Núcleo de Sorriso, afirmou que há mais de 15 dias não chove, o que já compromete parte das lavouras. Ele utiliza irrigação com pivô para tentar reduzir os impactos da estiagem, mas projeta queda significativa na receita.

“A falta de chuva comprometeu toda a safra e deve reduzir também a área de milho da segunda safra”, afirmou.
No oeste, o vice-presidente da Aprosoja MT, Gilson Antunes de Melo, descreveu o cenário como “preocupante”.
“As lavouras foram implantadas em condições muito desfavoráveis. Sabemos que isso resulta em perda de produtividade. É um ano de margens apertadas, e o produtor começa já em desvantagem”, declarou.
No sul do estado, o vice-presidente regional, Fernando Ferri, relatou que há mais de dez dias não chove e que as lavouras apresentam falhas e baixo desenvolvimento.
“A maior preocupação é ter uma produtividade menor, com preços iguais ou até piores que os da safra passada. Os custos seguem altos e a rentabilidade é cada vez menor”, afirmou.
A Aprosoja MT informou que continuará acompanhando a evolução do plantio e defende medidas emergenciais de crédito e apoio aos produtores, diante das adversidades climáticas que afetam a principal região produtora de grãos do país.








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