Depois de Yara e Nutrien, Heringer paralisa operação de três fábricas de fertilizantes
Por outro lado, empresa também informou a retomada das operações em Paranaguá

Por redação | Agrofy News
A Fertilizantes Heringer anunciou ontem (dia 2) uma nova rodada de ajustes operacionais em suas plantas de produção de fertilizantes com paralisação de mais três unidades, totalizando seis desde 2020.
Após movimentos semelhantes de gigantes como Yara e Nutrien, a companhia brasileira decidiu hibernar três fábricas: Ourinhos (São Paulo), Iguatama (Minas Gerais) e Rio Verde (Goiás).
Em outubro do ano passado, a companhia anunciou que as fábricas de Dourados, em Mato Grosso do Sul, e Rosário do Catete, no estado de Sergipe, seriam paralisadas. Desde 2020 a companhia mantém também fechada a unidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Em nota, a empresa informou que, ao mesmo tempo em que retoma as operações em Paranaguá (Paraná), interrompe gradualmente as atividades nas unidades agora listadas devido ao desempenho financeiro desfavorável e à menor viabilidade econômica dessas plantas.
O comunicado ressalta que a hibernação será feita de modo escalonado ao longo dos próximos meses, visando reduzir custos e otimizar processos logísticos. Segundo a diretoria da Heringer, a concentração das operações em outras unidades permitirá ganhos de eficiência e rentabilidade.
Além dela, gigantes globais como Yara e Nutrien optaram por desativar fábricas ou transferir operações para outras regiões do país, ajustando portfólios e consolidando a presença em unidades mais competitivas.
“Os volumes até então operados por tais unidades passarão a ser atendidos por outras unidades da Heringer, propiciando ganhos logísticos e otimizando os custos fixos e a rentabilidade das demais plantas”, afirma Fausto Goveia, diretor financeiro da Fertilizantes Heringer, destacando ainda que a retomada em Paranaguá foca, neste momento, apenas em elementos simples.
Perspectivas
A situação financeira da Heringer, pertencente à Eurochem, não é novidade para o mercado.
Há uma semana, a empresa divulgou seus resultados financeiros com um prejuízo líquido de R$ 1,15 bilhão na operação, considerando o ano de 2024, O número foi 219% pior que de 2023, quando teve perdeu R$ 361 milhões.
A companhia também vem enfrentando desafios relacionados ao seu endividamento e chegou a passar por processos de negociação com credores, além de ter realizado ajustes para atender às exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com a taxa Selic atualmente em 14,25% ao ano, a fornecedora de fertilizantes e serviços agronômicos busca reduzir a necessidade de investimentos intensivos (capex) e conter custos operacionais.
Apesar do cenário de dificuldades, a companhia destaca que continuará monitorando o potencial de reativação das plantas de Ourinhos, Iguatama e Rio Verde.
Segundo o comunicado oficial, a decisão de venda ou retomada futura das instalações dependerá das condições de mercado e de eventuais oportunidades que possam surgir.
“Dessa maneira, a empresa seguirá avaliando a destinação a ser dada às plantas de Ourinhos, Iguatama e Rio Verde, realizando um estudo acerca das alternativas de maximização de retorno aos seus acionistas, incluindo a possibilidade de reativação futura havendo mudanças nas condições de mercado ou via venda do ativo por meio de processo competitivo”, reforça Goveia.
Dados do portal Investidor10 apontam que, se um investidor tivesse aplicado R$ 1 mil em FHER3 há cinco anos, considerando o reinvestimento de dividendos, esse montante teria se transformado em aproximadamente R$ 1.917,10. No mesmo período, o Ibovespa retornou cerca de R$ 1.815,70.
Para analistas do segmento, os ajustes promovidos pela Heringer podem trazer estabilidade a médio prazo, desde que a empresa consiga equilibrar produção, custos e demanda.
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