Pirataria de sementes de soja gera “um Mato Grosso” de prejuízo ao ano
Perdas de R$ 10 bilhões são divididas entre todos os elos da cadeia, desde a indústria até produtores, exportadores e a economia em geral

com informações da assessoria de imprensa | Agrofy News
A pirataria de sementes de soja gera um prejuízo anual de R$ 10 bilhões, dividido entre indústria, produtores, exportadores e a economia em geral, segundo estudo divulgado hoje pela Croplife Brasil.
Segundo o levantamento realizado em parceria com a Céleres, o volume de sementes de soja classificadas como “piratas” representa 11% de toda a área plantada no Brasil.
Esse percentual equivale, em termos de extensão, à área cultivada de soja em Mato Grosso do Sul na safra 2023/2024.
O estudo projeta que, caso a pirataria seja contida, haveria um incremento significativo na receita em diversos elos da cadeia produtiva.
"O melhoramento genético permitiu a evolução dessa cultura no Brasil, tanto em adaptabilidade, produtividade e resistência a doenças. Nenhum setor da economia manteve um ritmo de crescimento como a produção de soja, graças em grande parte às sementes", introduz Eduardo Leão, presidente da Croplife Brasil.
Os dados indicam um potencial de ganho de R$ 2,5 bilhões para os agricultores, R$ 4 bilhões para o segmento de produção de sementes, R$ 1,2 bilhão para a agroindústria de farelo e óleo de soja e R$ 1,5 bilhão a partir de exportações do agronegócio.
Ainda de acordo com o levantamento, a continuidade do comércio de sementes piratas pode resultar em perdas fiscais consideráveis.
As projeções apontam que até R$ 1 bilhão deixaria de ser arrecadado em impostos nos próximos 10 anos, afetando diretamente os cofres públicos.
Prejuízo à pesquisa
Os produtores de sementes genuínas e as indústrias do ramo destacam que o combate à pirataria também possibilita maior investimento em pesquisa e desenvolvimento.
O relatório indica que, sem a comercialização clandestina, haveria um acréscimo de R$ 900 milhões em projetos voltados a novas variedades de sementes na próxima década.
"A cadeia produtiva das sementes leva até 10 anos para desenvolver uma nova variedade, que eleva cada vez mais a qualidade deste insumo", acrescenta.
A prática de pirataria de sementes ocorre quando grãos de soja são comercializados ou utilizados como sementes sem a certificação oficial.
Isso inclui a ausência de análise de qualidade, não pagamento de royalties e sonegação de encargos tributários, fatores que comprometem a competitividade e a sustentabilidade da produção.
A Croplife Brasil frisa que esse tipo de irregularidade prejudica o desenvolvimento de tecnologias agrícolas, pois reduz o retorno sobre investimentos em melhoramento genético.
"A desvalorização do trabalho de pesquisa pode desacelerar o avanço da produtividade e impactar a oferta de soja de alta qualidade", diz Anderson Galvão, presidente da Céleres.
Risco fitossanitário
O documento chama a atenção para o potencial risco fitossanitário associado às sementes piratas.
Sem a garantia de procedência e qualidade, aumentam as chances de disseminação de pragas e doenças, o que pode resultar em custos adicionais de controle no campo.
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