Paraná confirma infestação de praga devastadora para lavouras de tomate

Agência de Defesa Agropecuária recomenda aos produtores uma série de medidas para conter a doença

Paraná confirma infestação de praga devastadora para lavouras de tomate
Ilustrativa

redação com Informações da Secretária de Agricultura do Paraná | Agrofy News

begomovirose, também chamada de geminivirose, é uma das principais doenças que afetam o tomateiro. (Foto: Gilson Abreu/AEN)

Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) confirmou a presença do Begomovirus, da família Geminiviridae, como causador da infecção que tem comprometido lavouras de tomate nos municípios de Faxinal, Cruzmaltina e Marilândia do Sul.

confirmação veio após análises realizadas pelo Laboratório de Diagnóstico Fitossanitário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

As amostras foram coletadas pela Adapar em janeiro, durante inspeções em dez propriedades. Todas testaram positivo para o vírus, com alta incidência e severidade, reforçando a suspeita inicial levantada pelos técnicos da agência.

“As análises laboratoriais confirmaram o que nossas equipes já suspeitavam em campo. Este vírus, transmitido pela mosca-branca, está causando danos significativos, principalmente nas plantações com variedades suscetíveis”, explicou Alcides Rodrigues Gomes Junior, fiscal de Defesa Agropecuária da Adapar.

Segundo relatório técnico, a disseminação da doença está associada a quatro fatores: presença do vírus na região, clima favorável à proliferação da mosca-branca (com umidade abaixo e temperatura acima da média entre o inverno de 2024 e o verão 2024/2025), uso de defensivos ineficazes para controle do vetor e plantio contínuo de cultivares suscetíveis.

 
 

Variedades resistentes apresentam melhor desempenho

Durante as inspeções, foi observado que lavouras com cultivares resistentes ao Begomovirus, como Strongton e Abbiadori, mostraram bom desenvolvimento, com poucos ou nenhum sintoma, mesmo estando próximas a áreas severamente afetadas.

“Identificamos que cerca de 70% a 80% do cultivo na região é da variedade Paipai, seguida por Masseratti e Caniati, todas suscetíveis ao vírus. Já as resistentes demonstraram bom desempenho mesmo sob alta pressão da doença”, destacou Ralph Rabelo Andrade, também fiscal da Adapar. 

Medidas de controle e prevenção

A Adapar, por meio do Departamento de Sanidade Vegetal, orienta os produtores a adotarem medidas para conter o avanço da doença e evitar novos surtos. Entre as recomendações estão: 

 
  • Uso de variedades resistentes ao Begomovirus; 

  • Implantação do manejo integrado para controle da mosca-branca; 

  • Cumprimento das orientações do Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas (IRAC); 

  • Eliminação de plantas daninhas que possam servir como hospedeiras do vírus.

 

As ações têm como objetivo não apenas controlar o surto atual, mas também garantir a sustentabilidade da produção de tomate no estado.

Begomovirose: ameaça silenciosa

begomovirose, também chamada de geminivirose, é uma das principais doenças que afetam o tomateiro. A transmissão ocorre pela alimentação da mosca-branca (Bemisia tabaci), presente no Brasil desde a década de 1950.

Os sintomas mais comuns são clareamento das nervuras, manchas cloróticas nas folhas (do tipo mosqueado ou mosaico), deformação e enrolamento foliar, redução da área das folhas, nanismo e paralisação do crescimento quando a infecção ocorre nos estágios iniciais. Apesar de os frutos não apresentarem sintomas visíveis, há significativa redução de tamanho e quantidade.

A mosca-branca é listada em oitavo dentre as 83 pragas de maior risco fitossanitário para o Brasil pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), impede o desenvolvimento e, em casos mais graves, destrói plantações inteiras.

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