Comissão de Agricultura rejeita proposta de penhora de imóveis rurais para reforma agrária

Para Lupion, transferir propriedades privadas sem garantias claras aos proprietários gera instabilidade no campo

Comissão de Agricultura rejeita proposta de penhora de imóveis rurais para reforma agrária
Ilustrativa

O Projeto de Lei 4522/21, que propõe a penhora de imóveis rurais em execuções fiscais na ausência de dinheiro disponível, foi rejeitado nesta quarta-feira (23) pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados. A decisão seguiu o parecer do deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que considerou a proposta inadequada e prejudicial ao setor produtivo rural.

De acordo com o texto, caso não exista contestação judicial contra a execução, a Fazenda Pública poderá adjudicar o imóvel rural, ou seja, tomar posse do bem em nome da União desde que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) seja consultado e manifeste interesse no prazo de 30 dias.

Para Lupion, o projeto distorce o objetivo da execução fiscal e compromete a destinação equilibrada dos recursos públicos. “Não podemos transformar a execução fiscal em política fundiária”, afirmou.

O relator também destacou que o Brasil já conta com cerca de 90 milhões de hectares destinados à reforma agrária, número superior à área total de produção agrícola do país. “O problema não está na falta de terra, e sim na ausência de políticas de apoio aos pequenos produtores”, pontuou Lupion.

Outro ponto é que a proposta ameaça à segurança jurídica. Segundo o parlamentar, permitir que o estado adjudique propriedades privadas sem garantias claras aos proprietários gera instabilidade no campo e pode desestimular investimentos no setor agropecuário. “O direito de propriedade é garantido pela Constituição. Esse projeto ameaça o equilíbrio entre o direito de propriedade e a função social da terra. A prioridade deve ser o fortalecimento da produção rural, que garante alimentos à mesa dos brasileiros e gera empregos”, concluiu Lupion.

O projeto segue ainda para as Comissões de Finanças e Tributação (CFT); e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

FONTE: FPA
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