Soja em alta: valorização do dólar e tensão comercial elevam preços no Brasil e no exterior
Os preços da soja registraram aumento expressivo na última semana, tanto no mercado interno quanto internacional, impulsionados principalmente pela valorização do dólar frente ao Real e pelo cenário global de tensões comerciais.

Os preços da soja registraram aumento expressivo na última semana, tanto no mercado interno quanto internacional, impulsionados principalmente pela valorização do dólar frente ao Real e pelo cenário global de tensões comerciais. De acordo com análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a moeda norte-americana ultrapassou momentaneamente a marca de R$ 6, o que favoreceu a elevação das cotações da oleaginosa no Brasil, tornando o produto nacional mais competitivo para o mercado externo.
Apesar da alta, o ritmo de negociações no mercado spot foi moderado, com produtores e compradores adotando postura cautelosa diante da forte oscilação cambial. Muitos agentes preferiram aguardar melhores oportunidades, atentos às incertezas do cenário internacional.
Um dos principais fatores que influenciaram o comportamento dos agentes foi a decisão do governo dos Estados Unidos, anunciada no dia 9 de abril, de suspender por 90 dias as tarifas recíprocas impostas a diversos países — entre eles, o Brasil — no contexto da guerra comercial. A China, no entanto, foi excluída dessa suspensão, o que acirrou ainda mais as tensões entre as duas maiores economias do mundo.
Na avaliação dos pesquisadores do Cepea, essa exclusão da China pode beneficiar o Brasil, que já é o principal fornecedor de soja ao país asiático. Com os entraves comerciais entre EUA e China, a tendência é que Pequim intensifique ainda mais suas compras da oleaginosa brasileira, o que pode sustentar os preços em patamares elevados nas próximas semanas.
Além disso, a possibilidade de aumento na demanda externa surge em um momento estratégico para o Brasil, que está em plena comercialização da safra 2024/25. O cenário, portanto, mistura oportunidades e desafios: enquanto os preços encontram sustentação, o câmbio volátil exige atenção redobrada por parte dos produtores e exportadores.
Em resumo, o mercado da soja segue aquecido, mas sob forte influência do ambiente político e econômico internacional. A expectativa, agora, recai sobre os desdobramentos da política tarifária dos EUA e os impactos na demanda chinesa, que continuam sendo os principais motores de movimentação do setor.
Com informações do Cepea
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