Exportações de café caem em volume, mas receita dispara em março de 2025

O resultado reflete a continuidade de preços elevados no mercado internacional, impulsionados por fatores como a redução da oferta global e os impactos das mudanças climáticas nas lavouras de países produtores.

Exportações de café caem em volume, mas receita dispara em março de 2025
Ilustrativa

O Brasil exportou 3,287 milhões de sacas de café em março de 2025, uma queda de 24,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar da redução no volume, a receita cambial disparou: o país arrecadou US$ 1,321 bilhão com os embarques, um salto de 41,8%, conforme aponta o relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O resultado reflete a continuidade de preços elevados no mercado internacional, impulsionados por fatores como a redução da oferta global e os impactos das mudanças climáticas nas lavouras de países produtores. Segundo Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, a queda no volume exportado era esperada após um 2024 recorde e diante dos gargalos logísticos enfrentados nos portos brasileiros.

“Além da produção ainda afetada por safras anteriores aquém do potencial, os problemas nos portos continuam dificultando a logística e encarecendo os custos para os exportadores”, destaca Ferreira.

No acumulado da safra 2024/25 (julho a março), o Brasil já exportou 36,885 milhões de sacas, com recorde de US$ 11,095 bilhões em receita — crescimento de 5% em volume e 58,2% em valor frente ao mesmo período da temporada anterior.

Trimestre em alta histórica de receita

Entre janeiro e março deste ano, o Brasil remeteu 10,707 milhões de sacas de café ao exterior, queda de 11,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Contudo, a receita cambial subiu expressivos 54,3%, totalizando US$ 3,887 bilhões. O desempenho comprova a valorização do produto brasileiro no mercado internacional, apesar das incertezas provocadas por novas políticas comerciais, como a imposição de tarifas pelos Estados Unidos.

Principais destinos e tipos de café

Os Estados Unidos mantiveram a liderança entre os compradores, com 1,806 milhão de sacas no primeiro trimestre, seguidos por Alemanha (1,403 milhão), Itália (800 mil), Japão (675 mil) e Bélgica (500 mil).

O café arábica respondeu por 84,2% das exportações no trimestre (9 milhões de sacas), seguido pelo café solúvel, com 977 mil sacas (+7,9%). Os cafés canéforas (conilon + robusta) apresentaram queda significativa, com 703 mil sacas (-62,8%).

Cafés diferenciados ganham espaço

Os cafés certificados ou com qualidade superior seguem em ascensão. No primeiro trimestre, representaram 26,4% dos embarques, com 2,825 milhões de sacas — aumento de 31% em relação a 2024. A receita cambial com esse segmento alcançou US$ 1,173 bilhão, o que equivale a 30,2% do faturamento total com café. Os Estados Unidos lideraram também entre os compradores desse tipo de produto.

Portos e logística

O Porto de Santos se manteve como o principal canal de exportação, com 8,407 milhões de sacas embarcadas (78,5% do total). O complexo portuário do Rio de Janeiro aparece na sequência com 1,847 milhão (17,2%), seguido por Paranaguá, com 118 mil sacas (1,1%).

Com recordes de receita e valorização dos cafés diferenciados, o Brasil reafirma sua posição de liderança no mercado mundial, mesmo em meio aos desafios logísticos e às instabilidades do cenário internacional.

 

Com informações da Cecafé
FONTE: Agro+
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