Fundo Amazônia destina R$ 39 milhões para impulsionar extrativismo sustentável no Amazonas
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (3) um novo impulso às cadeias produtivas sustentáveis na região amazônica.

O governo federal anunciou nesta quinta-feira (3) um novo impulso às cadeias produtivas sustentáveis na região amazônica. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgaram o apoio do Fundo Amazônia, no valor de R$ 39 milhões, a um projeto que beneficiará cerca de 2,4 mil famílias em 76 comunidades do médio rio Juruá, no Amazonas.
Coordenada pela Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc), em parceria com outras quatro organizações locais, a iniciativa pretende fortalecer cadeias socioprodutivas de óleos vegetais, açaí e pescado. A proposta é consolidar a economia ribeirinha com geração de renda, segurança alimentar e conservação ambiental, em uma das regiões mais isoladas da Amazônia, onde o acesso aos centros urbanos pode levar até 52 horas de viagem.
Segundo o BNDES, os recursos não reembolsáveis do Fundo Amazônia serão investidos em infraestrutura, beneficiamento e armazenagem de produtos, transporte, capacitação de aproximadamente 1.190 pessoas e implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) em áreas degradadas. O projeto prevê ainda o manejo sustentável de cerca de 1,8 milhão de hectares de floresta.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a iniciativa fortalece a economia local e garante a permanência das populações tradicionais em seus territórios.
“Esse projeto vai aprimorar os processos produtivos agroextrativistas e contribuir para preservar uma área da Amazônia geograficamente bastante isolada e que apresenta grande biodiversidade”, afirmou.
A ministra Marina Silva destacou a importância estratégica do apoio.
“O projeto fortalecerá as cadeias de sociobioeconomia da Amazônia, beneficiando comunidades extrativistas que conservam a floresta porque dela dependem para sua subsistência e modos de vida”, declarou.
Uma das frentes contempladas é o fortalecimento do Comércio Ribeirinho da Cidadania e Solidário, iniciativa criada pela Asproc há 15 anos. A tecnologia social transporta produtos por balsas entre comunidades, atendendo mais de 600 famílias em 55 localidades. Com os novos recursos, serão construídos entrepostos fluviais, reformadas estruturas de comercialização, desobstruídos igarapés e recuperadas estradas vicinais, ampliando o alcance da iniciativa.
Ecivaldo Dias, presidente da Asproc, destacou o impacto direto da proposta na vida dos extrativistas.
“Essa parceria com o BNDES, por meio do Fundo Amazônia, é uma oportunidade excepcional para fortalecer o protagonismo das populações tradicionais na proteção da biodiversidade, com foco na inclusão social, política e econômica de quem, de fato, pode mudar o destino da Floresta Amazônica”, afirmou.
Com o novo aporte, o Fundo Amazônia amplia sua atuação para 125 projetos apoiados, somando cerca de R$ 3 bilhões em investimentos voltados ao desenvolvimento sustentável. As ações já beneficiaram mais de 239 mil pessoas em todo o país, com manejo sustentável de aproximadamente 75 milhões de hectares de floresta.
Por Cristiane Ferreira
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