Exportações do agronegócio brasileiro caem 1,3% em 2024, mas faturamento em reais cresce
O faturamento em dólar das exportações brasileiras do agronegócio encerrou 2024 com queda de 1,3% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 164,4 bilhões.
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O faturamento em dólar das exportações brasileiras do agronegócio encerrou 2024 com queda de 1,3% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 164,4 bilhões. O resultado interrompeu uma sequência de quatro anos consecutivos de crescimento, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Secretaria de Comércio Exterior (Siscomex).
Apesar da redução em dólares, o setor registrou crescimento no faturamento em reais. Com a desvalorização da moeda nacional em 6% frente ao dólar, já descontada a inflação, a receita em reais aumentou 4,6% no período.
Fatores que influenciaram a queda
A retração no faturamento em dólar esteve ligada a uma redução de 3% no volume exportado, mesmo com o preço médio dos produtos agropecuários apresentando alta de 1,7% em dólares.
A menor quantidade exportada foi puxada principalmente pela queda de 28,8% nos embarques do complexo soja (grão, farelo e óleo) e do milho. Por outro lado, houve aumento nos volumes exportados de algodão em pluma (+71%), café (+30%), açúcar (+22%) e carne bovina (+26%).
Perspectivas para 2025
A safra brasileira de soja, milho e algodão deve crescer em 2025, o que pode resultar em maior disponibilidade tanto para consumo interno quanto para exportação. No entanto, os preços no mercado internacional dependerão da oferta global, influenciada por países como Argentina, Estados Unidos e Ucrânia.
No setor de carne bovina, a oferta de animais pode permanecer restrita devido ao ciclo pecuário, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. A demanda chinesa será um fator determinante para os preços, já que o país asiático responde por mais da metade das exportações brasileiras do produto.
Outro ponto de atenção é o câmbio. A expectativa é de que o dólar continue acima de R$ 5,50, o que favorece a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. No entanto, possíveis imposições de tarifas sobre as exportações podem afetar os preços e reconfigurar as relações comerciais do Brasil com seus parceiros internacionais.
Com informações do Cepea