Autoridade Portuária do Paraná rejeitou 9 mil caminhões por cargas irregulares em 2024
Casos recentes chamaram atenção internacional para a qualidade das cargas brasileiras
Daniel Azevedo Duarte
Agrofy News
Editor-chefe do Agrofy News Brasil
Cerca de 9 mil caminhões, ou cerca de 25 por dia, tiveram cargas rejeitadas pela Autoridade Portuária do Paraná em 2024, segundo informações da Reuters.
O órgão administra o Porto de Paranaguá, segundo maior porto em volume de movimentação de cargas do país, e de Antonina.
O número representa 2,2% do total de caminhões, que somaram 392 mil no ano passado.
Os motivos variam desde descumprimento de requisitos mínimos de qualidade até fraude, segundo a autoridade portuária.
O Porto de Paranaguá reforçou no ano passado as regras de controle de inspeção de cargas “para garantir a máxima segurança e qualidade dos produtos movimentados”.
O porto público afirmou que a responsabilidade pela carga recai sobre o exportador e o terminal, e não sobre a autoridade portuária.
As inspeções abrangeram vários tipos de cargas que passam pelo porto, incluindo grãos como soja, milho e farelo de soja.
Problemas para embarcar
O incidente de adulteração ocorre no momento em que a China interrompeu o recebimento de carregamentos de soja brasileira de unidades de outras cinco empresas.
A Autoridade Alfandegária da China alegou justamente descumprimento de padrões exigidos em algumas cargas.
As informações apontam para presença de defensivos fora de padrão permitido.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) agora verificará se as empresas cumpriram os regulamentos administrativos.
Repercussão internacional
Nesta semana, a Autoridade Portuária do estado do Paraná informou que 51 caminhões carregados de farelo de soja adulterado com areia foram barrados nos portos de Paranaguá e Antonina.
A informação oficial foi enviada à agência Reuters e teve divulgação na imprensa internacional.
A Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (ATEXP), que conduziu a inspeção, alertou outras agências de fiscalização após detectar o problema.
Um porta-voz do porto não pôde confirmar o destino das cargas de farelo de soja. A União Europeia é o principal destino das exportações brasileiras de farelo de soja.
De acordo com o porto, os caminhões vieram do estado de Mato Grosso. No total, os 51 caminhões carregavam 2,2 mil toneladas do produto.
A carga pertence a Louis Dreyfus Company que, no entanto, não deu mais detalhes.